Estes últimos, por sinal, já ganharam peso e uma elevada demanda nos Estados latino-americanos ainda no período soviético por se destacarem pela segurança e simplicidade no manejo e na manutenção. Nas décadas passadas, ali cresceu uma geração inteira de pilotos que sabem apreciar suas características e vantagens. Um dos fatores favoráveis se deve aos preços de mercado acessíveis. Tudo isso, abre aliciantes perspectivas para a implantação da Rússia no continente latino-americano, sustenta Vladimir Travkin, redator-chefe da revista russa Latinskaya Amerika (América Latina):
“Primeiro, dispomos de equipamentos seguros e bons. Segundo, estes equipamentos se vendem a preços razoáveis e adequados para os nossos parceiros da América Latina. Acresce o fato de termos marcado, há já muito, a presença naquele mercado regional. Os nossos aviões estão prestando serviço na Venezuela, os helicópteros russos se usam no México e no Peru. Durante décadas foram instruídos muitos pilotos e especialistas de manutenção técnica qualificados.”
Hoje em dia, são os helicópteros russos que têm maior demanda. Quanto aos aviões de combate, nessa vertente, a Rússia se defronta com a acérrima concorrência de empresas europeias e asiáticas, adianta Vladimir Travkin:
“Nossos helicópteros entram no mercado latino-americano com maior facilidade por serem tanto militares, como civis. Podem ser utilizados no tecido económico dos países da região, desde o Peru até ao México. No que se refere aos aviões, estes se debatem com a concorrência do Ocidente e da China. Por isso, muita coisa dependerá do rumo do comércio externo russo.”
É evidente, contudo, que o desempenho de contactos russo-latino-americanos na área militar estará na mira de Washington. Mas para vários Estados sul-americanos tem sido perigoso lidar com os EUA na questão das compras militares devido à eventualidade de embargos e restrições. Para os EUA, o alargamento da presença russa no mercado latino-americano constitui um agudo problema. Washington não é capaz de influir legalmente na atual conjuntura, podendo, ao que tudo indica, recorrer ao apoio de estruturas lobistas, opina o perito independente nos assuntos latino-americanos, Mikhail Belyat:
“Existe um mercado legal de armas em que há grande concorrência. Nela há vencedores e outsiders. Não sei como os EUA poderão exercer influência legal nesse domínio. Ao mesmo tempo, os sólidos organismos lobistas norte-americanos têm influenciado seriamente a América Latina. Esse é, talvez, um único mecanismo capaz de influir nessa situação.”
Os peritos estão unânimes na opinião de existir uma concorrência forte no mercado mundial de armas e armamentos. Mas a Rússia tem uma vantagem séria que se traduz em dezenas de anos da frutífera cooperação com os países da América Latina, Ásia e África. Se Moscou conseguir reanimar e imprimir dinamismo aos antigos laços económicos, a sua influência nesse segmento do mercado irá aumentar cada vez mais.
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Texto/tradução: Voz da Rússia