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Rússia deve respeitar acordos de paz sobre Ucrânia, diz Biden

O vice-presidente americano, Joe Biden, exigiu nesta segunda-feira de Moscou que respeite os acordos de paz para o leste separatista da Ucrânia e devolva a Crimeia, a península ucraniana que foi anexada em 2014, a Kiev.

Os acordos de paz de Minsk "não terão êxito se a Rússia não cumprir seus compromissos", declarou Biden, em coletiva de imprensa conjunta com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

"Moscou deve cessar a ocupação do território soberano da Ucrânia. A Crimeia continua sendo um território soberano da Ucrânia", acrescentou.

"A invasão da Crimeia pela Rússia não será aceita por nós, nem pela comunidade internacional. Esta tentativa de anexação é contrária às leis internacionais, está errada e não será aceita em nenhuma circunstância", frisou Biden.

Kiev e seus aliados ocidentais acusam a Rússia de apoiar militarmente os rebeldes do leste da Ucrânia e de ter enviado tropas regulares em combate, embora Moscou tenha negado estar envolvida no conflito. Desde abril de 2014, já foram mais de 8.000 mortos.

Durante sua visita, Biden disse que a luta contra o grupo Estado Islâmico não afetará as sanções impostas a Moscou. A Rússia e uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos realizam ofensivas separadas no Oriente Médio. Biden advertiu ainda que a Rússia pode sofrer sanções adicionais se não cumprir seus compromissos.

Durante sua visita, o vice americano convocou as autoridades ucranianas a pôr em marcha os compromissos adquiridos nos acordos, especialmente uma reforma constitucional para dar mais autonomia aos territórios rebeldes.

Essas medidas são polêmicas na Ucrânia, já que são consideradas como uma forma de legalizar, de fato, os separatistas e muitos temem que causem instabilidade em outras partes do país.

"Vocês não podem fracassar na hora de respeitar sua parte, caso contrário o restante da Europa vai dizer que 'todos são iguais'", advertiu Biden, durante um encontro com o primeiro ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.
 

O presidente ucraniano afirmou nesta segunda-feira que, apesar de haver uma calma relativa no leste do país, "a guerra segue". Segundo ele, oito soldados ficaram feridos, nas últimas 24 horas.

Biden também se referiu à insatisfação popular que existe em relação à falta de resultados na luta contra a corrupção.

"É absolutamente imperativo para a Ucrânia desterrar o câncer da corrupção", disse o vice.

"Há uma crescente frustração popular com a lentidão das reformas e os esforços para erradicar a corrupção", advertiu Biden.

Já Poroshenko admitiu que o conflito que se arrasta há 19 meses não pode ser um desculpa para o "fracasso na hora de levar as reformas adiante".


 

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