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Rússia desmente veracidade de imagens da zona de queda do Boeing apresentadas por Kiev

As fotos da zona de queda do avião comercial da Malásia, apresentadas pela Ucrânia, foram tiradas muito mais tarde que as russas, além disso elas não podiam ter sido captadas pelos satélites ucranianos, que nessa altura não sobrevoavam o local da queda da aeronave, informa o Ministério de Defesa da Rússia. O ministério russo publicou os resultados da análise das imagens obtidas via satélite publicadas pelo Serviço de Segurança da Ucrânia na Internet a 30 de julho de 2014. Apresentamos a tradução integral do texto desse documento. 

As legendas das imagens são as originais, tal como foram publicadas pelo lado ucraniano.

A primeira coisa que queremos salientar é que para avançar com acusações sérias e, mais ainda para tirar conclusões, são necessários fatos. É do conhecimento geral que dos atributos obrigatórios de materiais factuais faz parte o enquadramento preciso das imagens de satélite no terreno dentro do sistema de coordenadas geográficas e a hora astronômica da captura das imagens.

Isso é necessário para determinar a composição precisa do grupo de satélites que se encontrava no momento sobre o local filmado, para entender as características e as capacidades desses aparelhos espaciais em concreto, que se deslocam em órbita da Terra de acordo com trajetórias previamente conhecidas.

Respondendo a essa questão, podemos constatar inequivocamente que, de acordo com dados do Sistema de Controle Espacial da Federação Russa, no período entre as 10.00 e as 13.00 horas de Moscou (das 09.00 às 12.00 horas ucranianas) nos dias 12, 16, 17 e 18 de julho, os satélites ucranianos Sich-1 e Sich-2 não sobrevoaram os referidos territórios.

Durante as horas registadas nas imagens, sobre a área da queda se encontrava o satélite norte-americano de vigilância ótico-eletrônica do tipo KeyHole. Assim, a fonte que obteve o material fotográfico para posterior tratamento do Serviço de Segurança da Ucrânia não deve deixar dúvidas a ninguém. Quanto às imagens em si, sua análise detalhada revelou o seguinte.

Nos dois primeiros slides as imagens russas e ucranianas são, em geral, idênticas. Contudo, uma nota importante á que a imagem apresentada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia foi capturada vários dias depois.

As fotos ucranianas apresentadas nos slides 3 e 4 são mais interessantes de analisar. Nelas a hora de captura indicada não corresponde à imagem.

Assim, às 11 horas da manhã o Sol nessa região se encontra a sudeste e, por consequência, suas sombras deviam estar exclusivamente direcionadas para noroeste.

Nos materiais apresentados pela direção do Serviço de Segurança da Ucrânia as sombras estão, por qualquer razão, orientadas para nordeste. Assim, essas imagens foram não apenas capturadas noutro dia qualquer, mas foram-no depois do meio-dia, e a hora que nelas está indicada foi falsificada propositadamente .

Esse é um fato absoluto, enquanto nas fotografias divulgadas pelo Ministério da Defesa da Rússia no dia 21 de junho essas posições correspondem à relação geográfica e temporal.

Além disso, na área florestal marcada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia são visíveis a olho nu as distorções feitas pelo editor fotográfico. Temos de referir que a fotografia russa não as apresenta.

Podemos acrescentar que, segundo as análises meteorológicas, a nebulosidade na área da localidade de Avdeevka era, no dia 17 de julho, de 70-80 por cento, com uma altitude da camada inferior nos 2500 m, o que é fácil de comprovar por uma série de fontes independentes e que é facilmente visível no slide de Avdeevka executado pelo satélite russo.

Reparem que na imagem 4 do Serviço de Segurança da Ucrânia, à mesma data e na mesma hora, está céu limpo com sol. Não são necessários comentários.

No slide 5 a resolução da imagem russa foi deteriorada propositadamente pelos editores fotográficos do Serviço de Segurança da Ucrânia, o que provocou o esbatimento dos contornos do relevo (campo lavrado).

Apesar de o Ministério de Defesa da Rússia ter apresentado à opinião pública uma imagem de qualidade dessa secção de área (ver acima). Todas as supostas imprecisões indicadas pelo Serviço de Segurança da Ucrânia estão ausentes no mesmo.

A foto ucraniana apresentada no slide 7 também é idêntica à foto russa, mas com uma única diferença – ele foi feito 5 dias (!) depois da foto russa. Não ficou esclarecido o que o Serviço de Segurança da Ucrânia pretendeu mostrar nessa foto.

Analisemos agora o material gráfico do Serviço de Segurança da Ucrânia que pretensamente confirma a entrada em território ucraniano de armamento e material militar proveniente do lado russo, assim como a infiltração de misteriosos grupos de diversão e o bombardeamento de localidades.

Nas catorze imagens de satélite apresentadas pelo Serviço de Segurança da Ucrânia podemos distinguir certos meios de transporte e rastros de suas deslocações sem qualquer indicação de localização de lugar, data e hora. Assim, em metade das fotos (? 2-7) são visíveis umas estradas rurais que atravessam, na opinião do Serviço de Segurança da Ucrânia, território da Federação Russa e da Ucrânia.

Entretanto, nessas fotos não poderá ser encontrada qualquer estrada que atravesse a fronteira russo-ucraniana. Já as afirmações vãs do Serviço de Segurança da Ucrânia que os rastros nos campos pertencem a blindados russos não resistem a qualquer crítica.

De que forma estes objetos foram identificados como sendo tanques, blindados ou caminhões e, mais ainda, de que forma foi determinada sua pertença à Federação Russa, em vez do serviço de fronteiras ou das forças armadas da Ucrânia, permanece um mistério, considerando a fraca qualidade dos materiais.

O mesmo se aplica às duas fotografias (fotos ? 4 e 14), onde alegadamente em território russo são apresentados de vestígios de preparação do terreno para combates.

Mais uma vez não se percebe de que forma o Serviço de Segurança da Ucrânia atribui sua pertença ao exército russo? Tanto mais que a área em torno dos povoados de Marinovka, Kozhevnia e Grigorievka, em que eles foram supostamente “descobertos”, já se encontra há muito tempo sob controle dos militares ucranianos.

Quanto aos “vestígios” dos lançamentos do sistema de foguetes múltiplos Grad a partir do povoado de Grigorievka nas fotos ? 8-10, que se encontra em território ucraniano e está controlado por militares ucranianos, é mais uma “obra-prima” da teoria da conspiração ucraniana que consiste na atribuição aos outros das suas próprias culpas, podemos certamente colocá-los ao mesmo nível das acusações anteriores de Kiev do envolvimento da Rússia na organização do Maidan e da tragédia de Odessa.

Em vez de apresentar à opinião pública internacional falsificações feitas apressadamente, a direção do Serviço de Segurança da Ucrânia faria melhor em organizar um controle rigoroso de todos os batalhões de mercenários, existentes hoje nos distritos de Donetsk e de Lugansk, armados por privados e comandados por Kolomoisky, Lyashko, Yarosh e outros ativistas, que atuam nessas regiões e bombardeiam localidades ucranianas sem qualquer controle por parte da direção da operação antiterrorista.

***

Concluindo a análise apresentada e com base em dados de controle objetivo do Sistema de Monitoramento do Espaço russo, podemos afirmar que o proprietário dos materiais fotográficos divulgados não é certamente a Ucrânia.

Contudo, sua qualidade e argumentação apresentada das acusações contra a Federação Russa por parte do Serviço de Segurança da Ucrânia não resistem a qualquer crítica.

É provavelmente por isso que os verdadeiros donos dessas fotos continuam a não se decidir publicá-las em seu próprio nome – para não pôr em causa o mito existente sobre o poder total da sua espionagem espacial.

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