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Russia: como manter a estabilidade estratégica?

A Rússia assinalou a passagem do Dia das Tropas de Mísseis Estratégicos. Segundo afirmam peritos, foi graças a este ramo importante das Forças Armadas que os concorrentes económicos e políticos da Federação da Rússia não se tornaram seus adversários militares.

As Tropas de Mísseis Estratégicos têm ao serviço seis tipos de complexos de mísseis de quarta e quinta gerações, dos quais três estacionados em poços e outros três móveis, sem análogos nos EUA. Às Tropas de Mísseis Estratégicos cabem dois terços dos vetores nucleares, capazes de atingir, em alguns minutos, alvos no território de qualquer adversário. Além disso, estas tropas asseguram em muito a paridade de forças entre a Rússia e seus potenciais adversários.

Após a Guerra Fria, não se costuma, nem convém especificar estes últimos por serem países que se tornaram parceiros de negócios. Entretanto, é sobejamente sabido que no mundo de negócios, alheio, via de regra, a princípios altruístas, os parceiros, no meio de uma briga, podem tirar do bolso revólveres e disparar. Tem-se em vista, antes de mais, os EUA, cuja estratégia geopolítica passa, como dantes, pela criação de um mundo unipolar com a sede em Washington. A Rússia se manifesta contrária a tal postura.

Ora, se, devido ao instinto de conservação, os EUA se abstêm até hoje da realização de planos radicais, acontece que se pode falar com este país somente a partir de posições da força. Como é evidente, na Rússia esta força advém das Tropas de Mísseis Estratégicos. O redator-chefe da revista Defesa Nacional, Igor Korotchenko, comenta:

"O estado em que se encontram as Tropas de Mísseis Estratégicos permite encarar o futuro com otimismo. Atualmente, estão sendo produzidas em série e colocadas ao serviço novas classes de mísseis balísticos intercontinentais a combustível sólido. São os PC -24 (RS-4) Yars de estacionamento em poços e plataformas móveis. Um míssil do gênero consiste de seis blocos de combate nucleares, contendo cada módulo 150 Kt. Futuramente, cada grupo móvel será composto de dois tipos de mísseis unificados. Trata-se da Topol-M,ogiva nuclear de elevada potência. Imagine-se quais serão os efeitos de seu eventual emprego no meio urbano em caso de retaliação. Daí, o equilíbrio que se mantém com os EUA, devido ao qual a Rússia consegue evitar o destino da Síria, Líbia, Iraque ou Iugoslávia."

É óbvio, contudo, que os elementos da DAM norte-americana na Europa vêm desestabilizando a situação. Quanto mais sofisticado for o sistema de defesa, tanto mais ilusória será a segurança. Seria ingênuo tentar edificar um mundo totalmente seguro. O desejo de aperfeiçoar, de forma radical, o sistema de proteção pode ser interpretado como preparação para um ato de agressão. Os armamentos estratégicos ofensivos e defensivos estão interligados. Os EUA romperam este elo, tendo abandonado, no início de 2000, o Tratado Antibalístico, firmado em 1972. E na realidade, acabaram por elevar o risco da crise político-militar global.

Perante este cenário, a Rússia não deixa de modernizar as suas Tropas de Mísseis Estratégicos. Segundo realçou o comandante-em-chefe, Serguei Kovalev, não se deve abandonar o mecanismo estável de dissuasão nuclear desde que não seja criado um outro instrumento de manutenção da segurança internacional.

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