A Rússia afirmou que um projétil lançado na manhã de domingo (13/07) a partir da Ucrânia atingiu o quintal de um prédio residencial na cidade russa de Donetsk. Com o episódio, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas.
Numa nota entregue à Ucrânia, o Ministério russo da Defesa descreveu o incidente como "um ato agressivo por parte do lado ucraniano contra a soberania territorial da Rússia e contra os cidadãos da Federação Russa." A nota também advertiu da possibilidade de "consequências irreversíveis, cuja responsabilidade recai sobre a parte ucraniana."
A cidade supostamente atingida pelo projétil se localiza na fronteira com o leste ucraniano, onde separatistas pró-russos vêm lutando há três meses contra o governo de Kiev. Não há informações, porém, de quem realizou o lançamento do projétil.
A Rússia tem reclamado repetidamente que a artilharia ucraniana tem atingido assentamentos ao longo da fronteira, mas até agora nenhuma morte havia sido relatada.
Kiev acusa Moscou de apoiar separatistas
Kiev, por sua vez, acusou Moscou de apoiar os separatistas. Um ataque rebelde na sexta-feira com o uso de um sistema russo de lançamento múltiplo de foguetes provocou a morte de 19 soldados ucranianos e deixou 100 feridos. O ataque acirrou ainda mais as queixas do governo ucraniano. Segundo as autoridades do país, os separatistas só podem ter recebido tais armas do outro lado da fronteira.
Após o ataque da sexta-feira, os confrontos entre separatistas e tropas ucranianas evoluíram ainda mais e deixaram 18 soldados e 20 civis mortos nos últimos dois dias. O gabinete do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, informou neste domingo que ele cancelou sua ida à final da Copa do Mundo no Brasil, "considerando a atual situação na Ucrânia."
Possivelmente, a final da Copa daria a Poroshenko a oportunidade de conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, que foi ao Brasil assistir à final entre Alemanha e Argentina, e participar da cerimônia de encerramento, já que a Rússia deverá sediar a próxima Copa do Mundo de 2018.