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Relatório alerta para insegurança atômica

William J. Broad

NOVA YORK. Os 32 países que dispõem de materiais que podem compor uma bomba atômica são normalmente muito discretos quando o assunto é segurança – dando ao público a impressão de um universo completamente fechado e vigiado por guardas armados. Nos bastidores, pessoas ligadas ao setor contam histórias de horror sobre práticas arriscadas e falhas na segurança que poderiam levar os ingredientes cruciais de uma arma atômica a cair em mãos erradas.

Agora, pela primeira vez, especialistas divulgaram publicamente um estudo que classifica os países conforme as precauções que eles tomam em relação ao setor. O estudo é cheio de supresas. A Austrália, por exemplo, vem em primeiro, como o país com melhor segurança nuclear. Já o Japão chega em 23º, atrás até do Cazaquistão e da África do Sul. Os EUA estão empatados em 13º com a Bélgica. O último lugar ficou com a Coreia do Norte, que o estudo concluiu ter uma série de deficiências em termos de segurança no setor.

O Irã apareceu na lista por enriquecer urânio, e recebeu uma péssima nota devido a uma série de fatores que inclui corrupção, instabilidade política e procedimentos pouco rigorosos de controle. Dos 32 países analisados, ele ficou em 30º lugar. Já o Japão foi mal avaliado por falta de uma agência reguladora independente.

O ranking foi elaborado por um grupo privado de Washington – Nuclear Threat Initiative – e uma empresas de Londres que analisa situações de risco, a Economist Intelligence Unit. O objetivo da pesquisa é alertar o mundo para os riscos e impulsionar melhorias no setor, diz Sam Nunn, um dos fundadores do grupo de Washington.

Para cada país, o estudo observou 18 fatores envolvendo a segurança nuclear, incluindo as proteções físicas, as formas de transporte e fatores sociais, como estabilidade política e corrupção. Entre os nove países claramente dotados de armas nucleares, o Reino Unido foi considerado o mais seguro.

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