O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta terça-feira que as tropas retornem para suas bases depois de um exercício militar surpresa no oeste e centro da Rússia, regiões próximas à Ucrânia, de acordo com informações da agência de notícias RT.
A ordem de Putin aconteceu depois de um relatório do Ministério da Defesa afirmando que os exercícios militares foram realizados com sucesso, disse o porta-voz do presidente, Dmitry Peskov.
Um total de 150 mil militares, 90 aviões, mais de 120 helicópteros, 80 blindados, 1.200 peças de artilharia e 80 navios participaram das manobras, as maiores feitas na Rússia desde o fim da União Soviética em 1991.
Putin assistiu nessa segunda-feira à fase final dos exercícios militares no polígono de Kirilovski, na região de Leningrado, no noroeste do país. Estava previsto, durante os exercícios, o lançamento de forças aerotransportadas na retaguarda "inimiga", o que foi cancelado pelas condições meteorológicas.
"Correto, não se deve correr riscos", disse o presidente russo, citado pela agência Interfax, após ser informado pelo comando militar sobre o cancelamento do desembarque aéreo.
Na quarta-feira de na semana passada, o Putin ordenou que as unidades militares no oeste e no centro de país entrassem em estado de alerta, inclusive em áreas próximas da Ucrânia, para verificar sua disposição de combate.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoygu, negou então que o surpreendente alerta emitido para essas unidades militares estivesse relacionado com a crise na Ucrânia.
Putin denuncia golpe e tomada de poder pelas armas na Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou nesta terça-feira "um golpe de Estado" e "uma tomada de poder pelas armas" na Ucrânia, em um encontro com jornalistas em sua residência nos arredores de Moscou.
"Só pode haver uma avaliação sobre o ocorrido em Kiev e na Ucrânia: é um golpe de Estado anticonstitucional, uma tomada de poder pelas armas", estimou Putin em suas primeiras declarações públicas desde a destituição do presidente Viktor Yanukovytch.
Putin afirmou que o presidente ucraniano deposto não deu ordens às forças armadas do país para atirar em manifestantes durante os protestos que tomaram as ruas de Kiev desde o ano passado. Ele assegurou que Yanukovytch é o líder legítimo da Ucrânia.
Sobre a situação do país vizinho, o presidente russo garantiu que "nada mudou", e o estado de revolução é algo presente na Ucrânia desde os primeiros dias de sua independência. A Ucrânia é uma das repúblicas que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).