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Presidente do Egito limita poder de militares

O presidente egípcio Mohamed Morsi anulou neste domingo (12/08) a declaração constitucional adotada pela junta militar em junho passado, anunciou um porta-voz da presidência, Yasser Ali. Legitimada em junho pelo Conselho Supremo das Forças Armadas, que regia o país na época, a declaração concedia amplos poderes aos militares. Eles podiam, por exemplo, assumir o poder legislativo.

Além da anulação, Morsi nomeou um vice-presidente, o juiz Mahmud Mekki. O antigo presidente, Hosni Mubarak, só havia nomeado alguém para o cargo após o início da revolta popular que viria a derrubá-lo, em fevereiro de 2011. Na época, o escolhido fora Omar Suleimane. Mekki torna-se, assim, o segundo vice-presidente egípcio em 30 anos.

Morsi também afastou o ministro da Defesa, o marechal Hussein Tantaui, que dirigiu o país por 17 meses entre a demissão de Mubarak e a posse do novo governo. Tantaui trabalhou por 20 anos como ministro para o presidente deposto. O novo ministro da Defesa é Abdel Fattah al-Sissi, que até agora trabalhou como chefe dos serviços de informações militares.

Outra aposentadoria forçada foi a do chefe do Estado Maior das Forças Armadas, o general Sami Anan. Não se sabe ainda se Anan e Tantaui foram previamente avisados das demissões.

Morsi está envolvido numa disputa de poder com os militares desde que foi eleito presidente do Egito, no final de junho. “Dadas as circunstâncias, este é o momento certo para fazer mudanças na instituição militar”, disse Mourad Ali, do Partido da Liberdade e Justiça, que representa a Irmandade Muçulmana, grupo do qual Morsi é oriundo.

GMF/rtr/lusa/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler

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