Janaina Lage
Prestes a completar 33 anos no poder, o presidente José Eduardo dos Santos, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), conquistou ontem um novo mandato de cinco anos, com cerca de 73% dos votos. A vitória representa uma margem menor do que a da eleição de 2008, quando obteve 82%. O principal partido de oposição, a União Nacional para Independência Total de Angola (Unita), que conquistou 18% dos votos, promete apresentar provas de fraude. Ativistas relataram a prática de "abstenções forçadas": a manipulação de registros impediria eleitores de votarem em áreas onde a oposição lidera.
Mas para Leonardo Simão, chefe da missão de observadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a eleição foi transparente.
– Houve pequenas irregularidades, como mesas que abriram tarde ou quase não abriram por dificuldades materiais e agentes eleitorais que não chegaram ao trabalho, mas nada que tivesse impacto significativo – disse ao GLOBO.
Ainda assim, a missão da CPLP recomendou que o governo antecipe o processo de registro de delegados dos partidos, permita a presença de observadores desde a campanha, e o voto de angolanos fora do país na próxima eleição.