O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, inicia neste domingo uma visita aos Estados Unidos que tem como objetivo virar a página de vários anos de afastamento por causa das divergências sobre a presença americana na base de Okinawa, no Japão, que finalmente foi resolvida com um acordo na sexta-feira. Noda, que chegará à Base Aérea de Andrews e permanecerá três dias no país, é o primeiro chefe de governo japonês que visita Washington desde a chegada ao poder do Partido Democrático do Japão (centro esquerda) em 2009.
Na segunda-feira Noda se reunirá com o presidente Barack Obama na Casa Branca para discutir como fortalecer a aliança militar entre as duas nações, assim como a situação da Coreia do Norte. A visita tem um importante valor simbólico, já que manifesta o interesse mútuo em recuperar relações diplomáticas fluidas. "Quero trocar visões sinceras sobre o futuro da aliança entre os Estados Unidos e o Japão. Espero que a reunião seja frutífera e que o público possa ver resultados claros", disse Noda à imprensa antes de sair de Tóquio.
Os Estados Unidos e o Japão anunciaram na sexta-feira um acordo para a retirada de 9 mil fuzileiros navais da base de Okinawa, que irão, em parte, para a ilha de Guam. A presença de dezenas de milhares de marines em uma área urbana e densamente povoada era objeto de reclamações da população e de atritos entre Tóquio e Washington, que tem 47 mil homens no Japão.
Weston Konishi, diretor de estudos sobre Ásia-Pacífico do Instituto de Analistas de Política Exterior, considera que o acordo é "bom para as duas partes": os Estados Unidos mostraram flexibilidade e sua "vontade de fazer um esforço", enquanto o governo do Japão pode demonstrar "sua seriedade para reduzir a presença" das tropas americanas em Okinawa. "É um acordo em que ambos os governos ganham, mas acredito que é discutível que se tenha encontrado uma solução final para o problema", afirmou Konishi.