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Premiê da Ucrânia acusa Rússia de agressão militar sem motivos

O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, acusou a Rússia de conduzir uma agressão militar na Crimeia. Durante reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na noite desta quinta-feira (13/03), o ucraniano questionou se Moscou quer uma guerra na região.

"Esta agressão não tem motivos", afirmou Yatsenyuk. Segundo ele, o uso de tanques e artilharia da Rússia na Crimeia não é a maneira adequada para resolver a crise. "Isso é absolutamente inaceitável no século 21."

O premiê ainda ressaltou os laços amigáveis que a Ucrânia tem mantido com a Rússia durante as últimas décadas e pediu que o Kremlin retome o diálogo para resolver o conflito.

As acusações de Yatsenyuk foram prontamente respondidas pelo embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin. "Nem a Rússia nem os russos querem guerra, e tenho certeza de que os ucranianos também não querem", disse o diplomata.

Churkin, no entanto, não respondeu aos pedidos de Yatsenyuk de retomada das negociações. Em vez disso, o diplomata sugeriu um retorno ao plano firmado em 21 de fevereiro por líderes da oposição e o presidente deposto Viktor Yanukovytch, que previa a formação de um novo governo e a realização de eleições antecipadas na Ucrânia. Na época, a Rússia se recusou a assinar o acordo.

O diplomata russo também defendeu o direito da Crimeia de realizar no próximo domingo um referendo sobre uma possível anexação à Rússia.

Churkin ainda ridicularizou declarações feitas por outros diplomatas que, segundo ele, impõem uma imagem ruim ao seu país. "Se não fosse pela malvada Rússia, todos na Ucrânia teriam vidas longas e felizes", ironizou.

Um pouco antes do encontro do Conselho de Segurança, os EUA fizeram circular um rascunho de resolução que reafirma o compromisso do órgão com a "soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia".

O documento, obtido pela agência de notícias Associated Press, pede que todas as partes envolvidas tentem seguir o caminho da paz na solução da crise.

Em seu discurso diante do Conselho, Yatsenyuk ainda ressaltou que a situação de conflito vai além das fronteiras de seu país e lembrou que a Ucrânia – que tinha o terceiro maior arsenal nuclear do mundo – abandonou suas armas em 1994 em troca da garantia de sua integridade territorial, soberania e independência.

"Depois dessas ações, será muito difícil convencer qualquer um no mundo a não ter armas nucleares", disse o premiê.

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