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Plantas no Brasil e nos EUA causam sérias dificuldades à ThyssenKrupp

Plantas no Brasil e nos EUA causam sérios problemas à empresa. Estratégia da gigante alemã para levantar recursos e reduzir suas dívidas é vender subsidiárias. Futuro dos 177 mil funcionários, porém, ainda é incerto.

Em novembro de 2011, a ThyssenKrupp comemorou com grande pompa na sede da empresa os 200 anos da fundação da Krupp. Pouco depois, veio a desilusão: no fim do ano fiscal, foi constatado um prejuízo de 1,8 milhão de euros. Um ano antes, a empresa havia registrado ganhos de 927 milhões de euros.

Com 177 mil funcionários em todo o mundo, a gigante alemã enfrenta grandes dificuldades. No último trimestre, o prejuízo chegou a 480 milhões de euros. Não só a crise financeira e a queda na demanda de aço estão se refletindo no faturamento da empresa.

O presidente da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, há um ano no cargo, afirma estar disposto a reorganizar a empresa por meio da venda, por exemplo, de segmentos, como o do de aço inoxidável. Segundo Hiesinger, essa medida traria imediatamente dinheiro para o caixa.

"Queremos reduzir nossas dívidas, melhorar nossa avaliação e, em médio prazo voltar a ter uma margem de manobra para poder investir em nossos outros negócios", explicou o presidente.

A venda da ThyssenKrupp Nirosta para o grupo finlandês Outokumpu, porém, foi recebida com surpresa pelo presidente do conselho da fábrica em Bochum, Frank Klein. A dívida não chegou por acaso, disse Klein. As obras de siderúrgicas nos EUA e no Brasil consumiram grandes quantias de dinheiro. "Mas não contávamos que se chegaria à venda do segmento de aço inoxidável", afirmou.

Futuro incerto

Durante anos. os negócios com aço inoxidável proporcionaram lucros de mais de meio bilhão de euros. "Este dinheiro foi reinvestido em negócios em Xangai, nos EUA e outros lugares", diz Klein.

Enquanto a finlandesa Outokumpu concedeu uma garantia de que a fábrica de Bochum existirá pelo menos até 2016, o fechamento da subsidiária em Krefeld será em 2013. E as perspectivas da empresa em Bochum para depois de 2016 só poderão ser definidas se comprovadas sua rentabilidade e a qualidade de seus produtos.

Além da fábrica de aço, que tem mil funcionários, funciona em Bochum uma de laminação a frio. Trata-se de 2,5 mil postos de trabalho ao todo, segundo Klein.
 

Para agravar ainda mais os problemas, além da venda de partes da empresa, o braço norte-americano da fábrica alemã se prepara para uma perda de três bilhões de euros. A subsidiária Steel Americas se mostra um poço sem fundo. A construção desta e de uma fábrica no Rio de Janeiro ultrapassaram as expectativas de gastos.

Em vez do 1,3 bilhão de euros previstos inicialmente, os custos da obra no mangue brasileiro saltaram para mais de 8 bilhões de euros. Além disso, para a construção de uma fábrica de coque, não foi encarregada a Uhde, subsidiária da própria ThyssenKrupp. Optou-se por uma empresa chinesa, que acabou não cumprindo as exigências. Para piorar, a demanda está em baixa nos Estados Unidos.

A direção da empresa alega que não havia como prever os problemas. "Hoje, sabemos que muitas respostas da direção às perguntas do Conselho de Administração foram muito otimistas, incompletas e até mesmo parcialmente erradas", afirmou o diretor do Conselho de Administração, Gerhard Cromme, na assembleia de acionistas.

Ultimamente, a empresa vem investindo na participação em empresas norte-americanas de elevadores. Já líder de mercado neste setor, ela quer consolidar sua posição. O grupo também planeja expandir internacionalmente em máquinas e equipamentos. O que após a reforma interna ainda restará dos negócios com aço, responsáveis por um faturamento de 12,8 bilhões de euros na Europa, vai depender da venda de outros segmentos.

Autor: Klaus Deuse (msb)
Revisão: Roselaine Wandscheer

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