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Petróleo – Arábia Saudita vai ao Mercado Financeiro

A Arábia Saudita está negociando um empréstimo de US$ 10 bilhões com bancos internacionais, num momento em que o reino árabe busca cobrir um déficit orçamentário causado pela queda dos preços do petróleo, de acordo com cinco executivos de bancos próximos à transação.

O empréstimo de cinco anos marca o retorno do país aos mercados globais de crédito, após uma ausência de 25 anos. Ele também ocorre num momento em que os grandes exportadores de petróleo do Golfo Pérsico estão sob forte pressão para encontrar novas fontes de capital após a sua principal fonte de renda ter perdido força em meio ao colapso dos preços da commodity, que vêm caindo acentuadamente desde 2014.

A Arábia Saudita aumentou o valor do empréstimo, inicialmente previsto para ser entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, após ter registrado uma forte demanda de uma ampla gama de bancos globais, disseram as pessoas a par do assunto. Os termos do financiamento já foram definidos e a transação só aguarda trâmites burocráticos para ser concluída, disseram os banqueiros.

Entre os credores participantes estão os bancos americanos J. P. Morgan Chase & Co., Goldman Sachs Group Inc. e Morgan Stanley. Há também um forte contingente asiático, incluindo o Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ, Banco Industrial e Comercial da China Ltd. e Mizuho Bank.

O Ministério de Finanças da Arábia Saudita não respondeu aos pedidos de comentário.

A Arábia Saudita, cuja avaliação de crédito foi recentemente rebaixada pelas agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor’s, não é o único país a captar recursos na região. O Catar e Omã também recorreram ao mercado global de crédito nos últimos meses, enquanto Abu Dhabi está considerando uma emissão internacional de títulos soberanos, de acordo com os executivos de bancos.

A Standard & Poor’s informou no início deste ano que espera que países do Oriente Médio e do Norte Africano obtenham um total de US$ 134 bilhões em empréstimos este ano, quase o dobro do registrado em 2014, quando os preços do petróleo estavam acima de US$ 100 o barril (hoje, eles oscilam na faixa de US$ 40).

A previsão é que o empréstimo da Arábia Saudita pavimente o caminho para o país obter recursos adicionais através da emissão de dívida soberana nos mercados internacionais, disseram as fontes. Mas ainda não há um cronograma para novas emissões.

Em sua tentativa de amenizar os problemas fiscais causados pelos baixos preços do petróleo, a Arábia Saudita anunciou medidas que incluem o aumento dos preços de serviços públicos, o corte de subsídios e a privatização de ativos estatais.

O país deve anunciar um plano mais detalhado de reforma econômica nas próximas semanas.

Para financiar seu déficit orçamentário, a Arábia Saudita emitiu dívida no mercado local e vem usando suas reservas internacionais. Essas reservas estão hoje abaixo de US$ 600 bilhões, quase US$ 150 bilhões a menos em relação ao pico registrado em meados de 2014.

“Eles estão usando suas reservas de forma significativa e gostariam de reduzir o ritmo”, diz Giyas Gokkent, economista do Instituto de Finanças Internacionais em Dubai.

Executivos de bancos dizem que o número de instituições financeiras participantes reflete o apetite dos bancos asiáticos que estão se expandindo fora do mercado interno. Os japoneses, em particular, estão à caça de novas oportunidades no exterior, à medida que enfrentam taxas de juros negativas em casa.

Um dos executivos disse que o empréstimo foi fixado a uma taxa em torno de um ponto percentual acima da taxa interbancária de Londres, a Libor. Outro disse que o acordo não era necessariamente extremamente rentável para alguns dos bancos envolvidos, mas poderia abrir as portas para transações futuras no reino.

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