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Paraguai investiga venezuelano por incitar militares a defenderem Lugo

A Justiça do Paraguai anunciou nesta segunda-feira o início de uma investigação sobre a intromissão do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, no Exército paraguaio durante o processo de impeachment do presidente Fernando Lugo.

O procurador-geral do Estado, Javier Díaz, designou os promotores Stella Marys Cano e Raquel Brítez para realizar a investigação sobre a ação de Maduro durante as 24 horas do processo sumário de destituição de Lugo, quando o chanceler teria incitado os militares a colocar as tropas nas ruas.

A ministra da Defesa do Paraguai, Maria Liz García de Arnold, já havia acusado Nicolás Maduro de convocar os comandantes militares a agir para defender o então presidente Lugo, destituído em 22 de junho passado.

O chanceler Maduro "incitou os chefes militares a reagir a uma situação que afetava o presidente". "Pediu que agissem naquele momento, de acordo com os acontecimentos", em reunião que ocorreu uma hora antes da decisão do Senado que destituiu Lugo, afirmou a ministra.

Segundo o deputado José López, porta-voz da comissão da Câmara dos Deputados que ouviu o testemunho de um dos comandantes paraguaios, "está confirmado plenamente que o chanceler venezuelano e o embaixador equatoriano foram ao gabinete militar da presidência da República" no dia do impeachment.

Fernando Lugo foi destituído por "mau desempenho de suas funções em razão de ter exercido o cargo de maneira imprópria, negligente e irresponsável, trazendo o caos e a instabilidade política a toda a República", segundo o Congresso paraguaio

A origem da crise foi a morte de 11 trabalhadores sem-terra e de 6 policiais em um confronto armado no início de junho, durante a desocupação de uma fazenda.

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