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Para Berlim, Líbia precisa de “solução política”

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, afirmou nesta sexta-feira (1º/4) que "a situação na Líbia não pode ser resolvida por meios militares".  Em visita oficial à capital chinesa, Westerwelle, defendeu que as duas partes do conflito devem trabalhar em busca de uma solução política. Ele destacou que o primeiro passo é a declaração de um cessar-fogo, passo que tem de ser dado pelo líder líbio Muammar Kadafi. 

Antes de Westerwelle, o ministro do Exterior chinês, Yang Jiechi, também defendeu uma solução política, destacando que a China está preocupada com as contínuas notícias sobre confrontos e baixas civis na Líbia. Tanto a China como a Alemanha se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU que autorizou o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea na Líbia e permitiu os bombardeamentos das forças aliadas às tropas leais a Kadafi. 

Nesta sexta-feira, um alto funcionário líbio anunciou sua demissão, na segunda deserção de uma figura importante do regime de Muammar Kadafi em apenas dois dias. Ali Abdessalam Treki, antigo ministro do Exterior e ex-presidente da assembleia geral da ONU, havia sido designado para representar interinamente a Líbia nas Nações Unidas, após o posto ter ficado vago por uma deserção durante o início da rebelião contra Kadafi. 

No entanto, Treki, que se encontra no Cairo, declarou que não deve aceitar nem esta nem outra função, segundo informações da oposição líbia. "Não podemos deixar que o nosso país se dirija a um destino desconhecido", disse. "A nossa nação tem direito a viver em liberdade, democracia e boas condições de vida." 

A informação surge depois da deserção do antigo chefe do serviço secreto e ministro do Exterior da Líbia, Mussa Kussa, que chegou na quarta-feira à noite ao aeroporto inglês de Farnborough, depois de uma misteriosa "visita privada de 48 horas" à Tunísia. 

Outros membros do governo Kadafi cogitam deixar Líbia

O governante líbio Muammar Kadafi teria proibido todos os membros e altos funcionários de seu governo de deixar o país. A informação foi veiculada pelo jornal Al-Sharq al-Awsat, citando "fontes oficiais em Trípoli". De acordo com o diário árabe, depois do ministro do Exterior, Mussa Kussa, outros funcionários de alto escalão querem deixar a Líbia, entre eles, o presidente do parlamento líbio e o primeiro-ministro Al-Baghdadi Al-Mahmudi.

Kadafi, que teria ficado chocado com a deserção de Kussa, contra-atacou seus críticos na noite de quinta-feira, pedindo a renúncia dos presidentes dos países que participam da aliança militar de proteção à população civil da Líbia. Ele disse à agência estatal de notícias Jana que os ataques aéreos na Líbia são uma reedição das Cruzadas, "uma luta entre muçulmanos e cristãos" em ambos os lados do Mediterrâneo.

Enviado de Kadafi negocia com Londres, diz jornal

Um enviado do governo líbio estaria participando de negociações com o governo britânico, segundo o diário inglês The Guardian.  O ministério do Exterior britânico se negou a comentar a informação segundo a qual funcionários do governo britânico estiveram reunidos para negociações confidenciais com Mohammed Ismail, conselheiro próximo de Saif al-Islam, um dos filhos de Muammar Kadafi.

Citando uma fonte não identificada do governo britânico, o diário adianta que a reunião secreta foi uma de muitas organizadas nas últimas duas semanas entre os dois países.

Pouco conhecido tanto na Líbia como no estrangeiro, Mohammed Ismail é um personagem chave na comitiva de Saif al-Islam e representou Trípoli em negociações para a compra de armas, segundo telegramas diplomáticos revelados pelo site WikiLeaks. 

O ministério do Exterior britânico disse ao The Guardian que não pretende divulgar detalhes dos contatos entre os dois países, mas comentou que deixou claro para Ismail que Kadafi deve deixar o governo líbio.

Aviões dos EUA suspenderão ataques no domingo

A partir de domingo, os caças norte-americanos não voarão mais em missões contra as tropas do líder líbio Muammar Kadafi, como anunciou o chefe do Estado-Maior americano, almirante Mike Mullen, na quinta-feira perante o Congresso em Washington.

Os Estados Unidos querem se limitar a um papel de suporte, só atacando a pedido do comando da Otan, disse Mullen. Estes ataques devem, conforme o militar, ser executados por  França, Reino Unido e outros membros da aliança.

O secretário de Defesa, Robert Gates, defendeu que as relações dos EUA com os rebeldes não sejam ampliadas. Ao falar diante de deputados norte-americanos, ele também disse ser contra que os EUA cooperem no treinamento e fornecimento de armas aos insurgentes.

MD/afp/dpa/lusa/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer

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