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Paquistão ameaça EUA com retirada de tropas da fronteira afegã

O Governo paquistanês ameaçou retirar nesta terça-feira um número indeterminado de tropas da fronteira afegã em resposta à decisão dos Estados Unidos de suspender US$ 800 milhões de ajuda militar para o Paquistão.

Em uma entrevista à emissora "Express" que será emitida nesta noite, o ministro de Defesa paquistanês, Ahmed Mukhtar, assegurou que seu país retirará forças dos quase 1,1 mil postos fronteiriços que o Paquistão tem ao longo da fronteira.

Segundo um trecho da entrevista publicado no portal da "Express", Mukthar ressaltou que US$ 300 milhões destes US$ 800 milhões seriam destinados aos soldados mobilizados nesta região montanhosa dominada pelos rebeldes talibã e redes jihadistas.

"O próximo passo será retirar as forças das áreas fronteiriças", declarou o ministro.

Apesar disso, Mukthar esclareceu que grande parte da ajuda militar americana ao Paquistão é dinheiro que o Paquistão "já gastou" em parcelas que não identificou.

O titular da Defesa se referiu também ao novo líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, e expressou seu desejo de que os EUA não cometam "o mesmo erro" que com seu antecessor, Osama bin Laden.

A operação lançada pelos norte-americanos para matar Bin Laden no dia 2 de maio precipitou uma crise nas já deterioradas relações entre Islamabad e Washington.

O Exército em particular se sentiu ofendido por não ter sido informado do assalto e pelas insinuações do Ocidente que uma parte de sua equipe de segurança poderia ter dado abrigo ao saudita.

EUA usaram desde então sua posição de força para pressionar o Paquistão, especialmente na luta contra os grupos talibãs na fronteira, mas Islamabad demonstra suas divergências cada vez com mais assiduidade.

A decisão americana de suspender US$ 800 milhões de ajuda militar inscreve-se na falta de vontade paquistanesa de cumprir com as exigências dos EUA, em uma fase decisiva como é o início da retirada militar estrangeira do Afeganistão.

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