O secretário de Defesa de EUA, Leon Panetta, destacou nesta quinta a "coragem", "sacrifício" e "patriotismo" das mulheres nas Forças Armadas, que foram autorizadas hoje pelo Pentágono a ocupar postos na primeira linha dos campos de batalha. Em entrevista coletiva concedida ao lado do chefe do Estado-Maior Conjunto, Martin Dempsey, o secretário disse que a contribuição das mulheres foi "sem precedentes" e elas "provaram sua habilidade de servir em um extenso número de papéis".
O objetivo do departamento ao retirar a restrição que impedia as mulheres de lutarem na primeira linha de combate é cumprir as missões dos EUA "com os mais qualificados e mais capazes, sem importar o gênero". O secretário lembrou que 150 mulheres morreram nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Panetta argumentou que quando participa de um funeral no Cemitério Nacional de Arlington "não há distinção entre homens e mulheres". As Forças Armadas dos EUA tem atualmente 1,4 milhão de integrantes ativos, sendo que destes 202.400 são mulheres, aproximadamente 15%.
O secretário lembrou que no ano passado foram abertos 14 mil novos postos em unidades de combate que não podiam ser ocupados por mulheres. A decisão permitirá abrir centenas de postos na frente de batalha, incluídos os comandos de operações especiais como os "rangers" do Exército e os "seals" da Marinha, que estavam vetados para as mulheres. No entanto, a mudança não será imediata. As Forças Armadas têm um prazo até 15 de maio para enviar um plano de ação sobre como vão cumprir a normativa, que entrará em vigor em janeiro de 2016.
O Pentágono informou que as exigências para ocupar as vagas das Forças Armadas continuam as mesmas, inclusive no quesito relativo à força física. Se algum corpo ou unidade específica considerar que alguma posição determinada deve permanecer fechada às mulheres precisa apresentar as alegações ao secretário de Defesa, que poderá abrir exceções. O anúncio aconteceu após uma extensa revisão das normas do Estado-Maior Conjunto, que concluiu de forma "unânime" que "era o momento de continuar adiante e integrar às mulheres ao campo de batalha o máximo possível", explicou Dempsey.
"Todos servimos o mesmo uniforme, usamos as mesmas armas e fazemos o mesmo juramento", afirmou Dempsey, que se mostrou convencido de que o processo será feito de maneira apropriada para "cumprir a missão" e manter "a moral e a coesão" das tropas.
Coreia do Norte
Na mesma oportunidade, Panetta, disse que os Estados Unidos estão "totalmente preparados" para "qualquer tipo de provocação" da Coreia do Norte, que ameaçou fazer um teste nuclear. Ele assinalou que a Coreia tem a opção de "negociar" os assuntos que preocupam a comunidade internacional ou continuar com este "comportamento provocador". "Os EUA estão totalmente preparados, continuamos preparados, para lidar com qualquer tipo de provocação da Coreia do Norte", afirmou o secretário.
No entanto, desejou que o país asiático "decida que é melhor fazer parte da comunidade internacional". Panetta destacou que, "se levarem adiante o teste sobre o qual estão falando", isso representaria uma "nova violação" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e da lei internacional. Quando foi perguntado por sinais nos últimos dias sobre a realização desse teste, ressaltou que "têm a capacidade de fazer este teste de uma forma que é muito difícil determinar se o realizaram ou não".
A Coreia do Norte já realizou testes nucleares em 2006 e 2009 e conseguiu avanços importantes em sua tecnologia de mísseis com o lançamento em dezembro de um foguete, supostamente com fins científicos, que na terça-feira foi condenado pelo Conselho de Segurança da ONU.