O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta segunda-feira que a Aliança Atlântica aprovará esta semana um plano para duplicar o tamanho de sua força de intervenção rápida.
"Os ministros de Defesa da Otan tomarão uma decisão para aumentar a potência e a capacidade da força de intervenção da Otan entre 30.000 e 40.000 soldados, mais do dobro de seu tamanho atual", indicou Stoltenberg, antes de uma reunião prevista para a quarta e quinta-feira, em Bruxelas, sede da Aliança.
UE mantém pressão sobre Rússia com extensão de sanções econômicas¹
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia renovaram, nesta segunda-feira, as sanções econômicas contra a Rússia até 31 de janeiro, mantendo a pressão sobre Moscou para tentar ajudar a resolver o conflito na Ucrânia.
Reunidos em Luxemburgo, os ministros aprovaram a renovação por seis meses das sanções, que foram "introduzidas em resposta ao papel desestabilizador da Rússia no leste da Ucrânia", informou a UE em comunicado.
Os ministros ratificaram a decisão tomada por outras autoridades na semana passada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na semana passada que a reação da Rússia à decisão da UE teria como base o "princípio da reciprocidade", sugerindo que Moscou pode renovar suas próprias sanções contra a UE, que incluem um veto à importação de alimentos.
As sanções contra os setores energético, financeiro e de defesa da Rússia, impostas originalmente em julho de 2014 por um ano, foram a resposta mais dura da UE à anexação por Moscou da região ucraniana da Crimeia e pelo que a UE considera ser um apoio russo as separatistas no leste da Ucrânia.
Pentágono vai pressionar aliados para que desistam do "Manual da Guerra Fria"²
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, vai pressionar os aliados da Otan a "descartarem o manual da Guerra Fria", durante uma visita à Europa nesta semana, enquanto a aliança se adapta a um novo tipo de ameaça da Rússia, no leste, e do Estado Islâmico, no sul, disseram autoridades norte-americanas.
Carter vai primeiro a Berlim, onde ele deve pedir uma participação mais forte da Alemanha, maior economia da Europa, na segurança global.
A Alemanha continua hesitante quanto a enviar tropas ao exterior, sete décadas depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
"Ele vai incentivar a Alemanha, sob a firme liderança do ministro da Defesa, a aumentar seu papel na segurança no mundo, para que fique proporcional ao seu peso político e econômico", disse um alto funcionário da Defesa dos EUA, falando sob a condição de anonimato.
As relações entre Moscou e o Ocidente chegaram ao seu ponto mais baixo pós-Guerra Fria, desde que a Rússia anexou a região ucraniana da Crimeia.
A Otan diz que a Rússia ainda está oferecendo ativamente, apoio militar aos separatistas do leste da Ucrânia, apesar das negativas de Moscou.
Autoridades norte-americanas dizem que a questão na Ucrânia ressaltou a importância de ser capaz de combater a "guerra híbrida", uma combinação de tropas não identificadas, propaganda e pressão econômica que o Ocidente diz que a Rússia tem usado.
O foco histórico da Otan tem sido as ameaças convencionais da Guerra Fria, que acabou em 1991.
¹-² Com agência Reuters