O secretário-geral da OTAN, o ex-premiê norueguês Jens Stoltenberg, confirmou nesta terça-feira que a aliança militar deu início à colaboração de seus aviões de monitoramento AWACS com a coalizão internacional que luta contra os terroristas do Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque.
"Posso anunciar que o primeiro voo de um AWACS da OTAN, em apoio à coalizão que enfrenta o EI, aconteceu na semana passada, dia 20 de outubro", relatou Stoltenberg em entrevista coletiva na véspera de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa da aliança militar.
"A OTAN já está oferecendo apoio direto com nossos aviões de monitoramento AWACS para melhorar a perspectiva aérea da coalizão e fazer com que os céus sejam mais seguros", acrescentou o secretário-geral.
Os líderes da OTAN aprovaram formalmente em uma cúpula em Varsóvia, realizada em julho deste ano, a assistência à coalizão contra o EI na Síria e no Iraque com informação coletada pelos aviões AWACS a partir do espaço aéreo da Turquia e das águas internacionais do Mar Mediterrâneo.
Stoltenberg especificou que "serão vários voos" e considerou que "este apoio é importante, pois ajuda a coalizão a ter uma imagem aérea melhor".
Além disso, o político norueguês afirmou que acredita que o treinamento de forças iraquianas por parte da OTAN deve começar "no futuro próximo". A OTAN não participa ativamente na coalizão que luta contra o EI, mas sim os 28 países que fazem parte dela.
Stoltenberg também reiterou a preocupação da aliança militar em relação à Rússia, que está enviando uma frota naval rumo ao leste do Mediterrâneo, que inclui um porta-aviões, para aumentar os ataques aéreos sobre a Síria.
Para o político norueguês, esse movimento da frota russa "é algo que já aconteceu antes" e que a OTAN o está acompanhando "de maneira comedida e responsável, como sempre".
No entanto, Stoltenberg acredita que, desta vez, este grupo de combate pode ser utilizado para "incrementar a capacidade das operações militares da Rússia na Síria e para aumentar os ataques aéreos contra (a cidade síria de) Aleppo", o que "exacerbará o sofrimento humanitário" nessa cidade do norte da Síria.
"Pedimos à Rússia que contribua para uma solução política, que implemente o cessar-fogo e interrompa os bombardeios em Aleppo", concluiu o secretário-geral.