O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou nesta segunda-feira que não tem "indicações" de que Israel bombardeou alvos em território sírio, e disse que a Aliança Atlântica está focada na proteção da Turquia, país aliado limítrofe com a Síria.
"Não tenho indicações de tal atividade" na região da fronteira entre Turquia e Síria, na qual a Otan desdobrou mísseis Patriot, disse Rasmussen em sua entrevista coletiva mensal ao ser questionado sobre o suposto ataque de Israel.
"Certamente, os aliados da Otan acompanham de perto os eventos. Estamos focados em nosso desdobramento defensivo para proteger a população e o território da Turquia", acrescentou.
As autoridades sírias denunciaram que Israel bombardeou ontem um centro militar nos arredores de Damasco, ataque que não foi confirmado pelo governo israelense.
"Estou a par das informações publicadas pela imprensa, que não comentamos", disse Rasmussen, que assegurou não dispor de mais dados.
Ainda assim, assinalou que, para os aliados, "isso não é uma nova preocupação", uma que "já há algum tempo expressamos nossa preocupação com a possibilidade de o conflito estender-se" a outros países da região.
Armas químicas: "temos indicações"
Por outro lado, questionado sobre o suposto uso de armas químicas no conflito sírio por parte do regime de Bashar al-Assad ou dos opositores, o secretário-geral da Otan respondeu: "Temos indicações de que podem ter sido utilizadas".
"Mas não temos informações consolidadas sobre mais detalhes das circunstâncias, incluindo quem pode realmente tê-las usado", precisou.
O secretário-geral da Otan deixou claro que "qualquer uso de armas químicas, independentemente quem as tenha usado, é uma violação da lei internacional".
Rasmussen manifestou que a situação segue preocupando a Aliança Atlântica, e enfatizou "que o urgente é que a comunidade internacional redobre os seus esforços para encontrar uma solução política para esta crise", de modo a dar vez a uma transição que observe as aspirações do povo sírio.
De forma especial, o secretário-geral da Otan instou os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas a "alcançar um acordo e enviar uma mensagem forte e unificada a Damasco de que chegou o momento de iniciar uma transição".
"É da maior importância ter informações consolidadas (sobre um possível uso de armas químicas) para ter evidências claras. E que os inspetores da ONU tenham total e completo acesso à Síria para investigar o que aconteceu", concluiu.