O primeiro carregamento de armas químicas partiu nesta terça-feira do porto de Latakia, na Síria, a bordo de um navio dinamarquês, confirmou a ONU.
A remoção dos componentes químicos mais perigosos é o primeiro passo do acordo, respaldado pelas Nações Unidas, para eliminar o arsenal de armas químicas da Síria (que inclui gás sarin e mostarda) até junho.
O navio carregado de agentes químicos – que é escoltado por embarcações chinesas, dinamarquesas, norueguesas e russas – permanecerá próximo à costa até a chegada de mais um carregamento, que também será coletado.
A desativação das armas químicas do regime de Bashar al-Assad está programada para ter quatro passos, de acordo com a Missão Conjunta da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês) e a ONU.
Entenda cada um deles:
1) Transporte
As autoridades sírias são responsáveis pelo armazenamento e transporte seguros das armas químicas provenientes de diversos galpões, identificados pelos inspetores internacionais em todo o país árabe. Elas devem ser levadas até Latakia.
A Rússia cedeu contêineres blindados de grande capacidade; os EUA, por sua vez, disponibilizaram barris de armazenamento e localizadores GPS para que a carga seja rastreada.
2) Embarque
A Rússia ficou encarregada da segurança das operações, e os EUA, do transporte e a descontaminação dos equipamentos. A China enviou dez ambulâncias e equipes de vigilância, enquanto a Finlândia cedeu uma equipe de emergência para o caso de acidentes.
3) Escolta naval
Dinamarca e Noruega enviaram navios de escolta militar, encarregados de transportar os agentes químicos a um porto italiano que não foi identificado. Os cargueiros também estarão acompanhados por embarcações militares da Rússia e da China.
4) Destruição
Ao chegar à Itália, os agentes químicos mais "críticos" serão transferidos a uma embarcação da Marinha americana, o MV Cape Ray, responsável por levá-los a águas internacionais – onde deverão ser destruídos em um tanque de titânio, num processo chamado de hidrólise.
Os materiais menos tóxicos serão levados a navios noruegueses e dinamarqueses, que por sua vez os transportarão a instalações comerciais onde serão neutralizados.