A explosão que matou 17 membros das forças armadas no Irã na semana passada, incluindo um dos fundadores do programa de mísseis do país, ocorreu quando os pesquisadores trabalhavam em armas capazes de dar um "forte soco na boca" de Israel e interrompeu seu projeto por alguns dias, disse o chefe da liderança militar iraniana.
As observações feitas pelo chefe de gabinete, Hassan Firouzabadi, representam a primeira vez em que um oficial do Irã oferece detalhes sobre a natureza do trabalho realizado na base militar onde a explosão ocorreu. Observações do comandante também fora além de descrições anteriores sobre o impacto dos danos.
O efeito pareceu aprofundar, ao invés de esclarecer, as questões por trás da explosão na base de Bidganeh, a cerca de 45 km de Teerã, que as autoridades do Irã têm insistido que foi um acidente. A força da explosão foi tão grande que sacudiu as janelas em muitas cidades vizinhas, de acordo com sites de notícias iranianos e testemunhas.
O general Hassan Tehrani Moghaddam, considerado uma figura importante nos esforços do Irã para construir mísseis de longo alcance, foi morto na explosão, assim como outros 16 membros da Guarda Revolucionária Islâmica.
A explosão aconteceu em um cenário de crescente tensão com adversários do Irã, especialmente Israel e os Estados Unidos, sobre o programa nuclear iraniano, que as nações ocidentais suspeitam que serve para uso militar, apesar das negativas iranianas.
Houve especulações imediatas que sabotadores israelenses foram responsáveis, algo que as autoridades israelenses não negaram de imediato. Pelo contrário, alguns líderes de Israel consideraram a explosão como uma boa notícia. O ministro da Defesa Ehud Barak disse que "seria desejável que (as explosões) se multiplicassem", embora ele também tenha dito não saber quem ou o quê foi responsável pelo acontecido.
"Esse evento recente e explosão não teve nenhuma relação com Israel ou os Estados Unidos", afirmou o chefe da equipe iraniana, citado pela Agência de Notícias dos Estudantes do Irã. "Exceto pelo fato de que o produto da pesquisa feita no local teria entregue um forte soco na boca de Israel e seu regime de ocupação."
Ele também foi citado como tendo dito "que a pesquisa terá um atraso de curto prazo de alguns dias, mas definitivamente as forças e os compatriotas do mártir Hassan Tehrani Moghaddam irão continuar nesse caminho e o produto dos esforços de sua vida será um soco na no boca de Israel."
Moghaddam era pessoalmente próximo ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, que presidiu o funeral de Estado para as vítimas na segunda-feira. Khamenei emitiu condolências em que parecia refletir sua própria dor com a perda.
"O martírio sangrento do honrosa comandante e despretensioso cientista Tehrani Moghaddam foi um evento amargo para nós", afirmou o líder, segundo a Agência de Notícias da República Islâmica.
Por Rick Gladstone