- Guila Flint
Uma mesquita de um vilarejo palestino perto de Ramallah foi alvo de um ataque de vandalismo durante a madrugada desta terça-feira, numa ação que teria sido cometida por colonos israelenses, segundo autoridades palestinas.
A mesquita no vilarejo de Al Mughayir teve tapetes incendiados e pichações em hebraico afirmando que o ataque foi uma resposta ao desmantelamento de um assentamento ilegal na Cisjordânia, na semana passada, por tropas israelenses.
Quando os fiéis do vilarejo de Al Mughayir chegaram para rezar as orações da manhã desta terça-feira, encontraram a mesquita ainda em chamas.
Nos muros próximos à mesquita havia pichações com dizeres escritos em hebraico – "Alei Ayin", nome de um assentamento que foi desmantelado pelas tropas israelenses na semana passada, e também "Etiqueta de preço", em referência à tática de represálias contra civis palestinos.
Em outra parede, uma outra inscrição dizia: "Este é só o começo da vingança". O ataque à mesquita ocorre em uma data especialmente sensível, em que os palestinos marcam a ocupação de Jerusalém Oriental por Israel, no dia 7 de junho de 1967, durante a guerra conhecida como Guerra dos Seis Dias.
Pneus com gasolina
De acordo com a Autoridade Palestina, o incêndio foi provocado por vários pneus molhados com gasolina que foram rolados para dentro da mesquita. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, instruiu a governadora do distrito de Ramallah, Laila Ghannam, a iniciar imediatamente os consertos na mesquita.
O porta-voz do Exército israelense afirmou que considera "graves os atos de vandalismo contra lugares sagrados" e disse que o Exército está fazendo esforços para capturar os responsáveis. Se o ataque por colonos israelenses for comprovado, este seria o terceiro caso semelhante na Cisjordânia.
Em maio de 2010, a mesquita da aldeia de Luban Sharquia, na região de Nablus, foi incendiada, e em dezembro de 2009 o mesmo aconteceu na mesquita do vilarejo de Yassuf, no norte da Cisjordânia. Em todos os casos, os autores deixaram pichações nas paredes com os dizeres "Etiqueta de preço".
O grupo pacifista israelense Rabinos pelos Direitos Humanos condenou o incêndio da mesquita. "Trata-se de um ato desprezível, que contradiz os valores da moralidade humana e da fé judaica", afirmou o grupo.