A Operação Mar Verde foi o nome dado para uma operação militar planejada pelas Forças Armadas Portuguesas e realizada em 22 de Novembro de 1970, no curso da Guerra Colonial Portuguesa, pelo Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 21, treinados para missões de assalto anfíbio e para patrulhamento e defesa de embarcações e instalações navais. Chefiada pelo Comandante Alpoim Calvão.
O plano consistia no ataque anfíbio a Conacri, Capital da República da Guiné, um país da África Ocidental que conferia total liberdade de movimentos para o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) empreender ações de guerrilha na fronteira sul do seu território na luta de independência da Guiné-Bissau.
Os objetivos da Operação Mar Verde eram de libertar prisioneiros de guerra portugueses, destruição das lanchas do PAIGC e eliminação física do Presidente Sékou Touré.
Em princípios de 1969, os portugueses souberam que a Conacri havia recebido da União Soviética três lanchas-torpedeiras da classe ‘Komar’ e o PAIGC, quatro lanchas-torpedeiras da classe ’P6’. As primeiras eram embarcações de 75 toneladas, armadas com duas peças AA de 25 mm e dois mísseis superfície-superfície, as segundas eram embarcações de 66 toneladas, armadas com duas peças AA de 25 mm e dois tubos lança-torpedos. Podendo atingir uma velocidade superior a 40 nós.
Era evidente, tratava-se de uma ameaça grave para as operações marítimas das forças portuguesas. Durante a noite poderiam essas lanchas chegar a Bissau sem serem detectadas e afundar em poucos minutos um transporte de tropas ou qualquer outro navio de carga que lá se encontrasse.
Sob o ponto de vista puramente militar, isto é, de organização, logística, estratégia operacional, táctica e técnica, a operação ‘Mar Verde’ constituiu um sucesso espetacular, atendendo com rigor o que foi planejado e executado, com os reduzidíssimos meios que utilizou ao pequeno número de baixas sofridas pelas unidades portuguesas (apenas 3 mortos e 3 feridos graves) quando comparadas com as sofridas pelo adversário (cerca de 500 mortos) e, sobretudo, pelo fato de ter levado à destruição de todas as lanchas-torpedeiras e à libertação de todos os prisioneiros portugueses que estavam em Conacri. Todos os objetivos foram alcançados com exceção da eliminação de Sékou Touré, que não se encontrava no país.
GUILHERME ALMOR de ALPOIM CALVÃO
Nasceu a 6 de Janeiro de 1937, em Chaves. É detentor das mais altas condecorações de Portugal, conquistadas ao longo de 18 anos de serviço efectivo como oficial da Marinha Portuguesa.