ABU DHABI e GENEBRA. Os confrontos entre as forças de Muamar Kadafi e os rebeldes líbios já causaram entre 10 mil e 15 mil mortes desde fevereiro, quando opositores ao regime começaram a sair às ruas para derrubar o ditador. Essa é a conclusão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que encontrou provas de que as forças de Kadafi — mas também os rebeldes — estão cometendo crimes de guerra, como ataques a civis.
O elevado número de mortes mostra que a intervenção militar dos países aliados não conseguiu até agora impedir a morte de civis, como estabelece a resolução da ONU, na mesma semana em que a Otan reafirmou que continuará a missão na Líbia “pelo tempo necessário”.
Ontem, os países que participam da coalizão se reuniram em Abu Dhabi com líderes rebeldes, e prometeram uma ajuda de mais de US$ 1 bilhão aos insurgentes. A Itália afirmou que vai fornecer um auxílio de até US$ 570 milhões em empréstimos e combustível. O Kuwait prometeu uma ajuda direta de US$ 180 milhões, e o Qatar, de US$ 100 milhões. Já a França afirmou que vai desbloquear cerca de US$ 400 milhões que pertencem ao Banco Central Líbio, congelados devido às sanções financeiras contra o regime de Kadafi.
Os insurgentes também conquistaram maior apoio diplomático, sobretudo de países africanos que até então estavam relutantes em cortar relações com Trípoli. Depois de o presidente da Mauritânia, Mohamed Abdel Aziz, declarar que Kadafi não pode mais dirigir a Líbia, ontem foi a vez de seu homólogo senegalês, Abdoulaye Wade — antigo aliado do ditador líbio — de dar apoio aos insurgentes. — Quanto antes (Kadafi) for embora, melhor será para todo mundo — disse.