O Conselho de Segurança da ONU autorizou nesta quinta-feira a criação de uma nova "força especial" da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO) para "neutralizar" os grupos rebeldes armados. Os 15 membros do principal órgão de decisão da ONU aprovaram por unanimidade uma resolução proposta pela França que amplia por um ano o mandato da missão, até 31 de março de 2014.
A nova "força especial" contará com três batalhões de infantaria e forças auxiliares sob o comando da MONUSCO com base em Goma que serão responsáveis por "operações ofensivas" para "neutralizar" os grupos armados.
Integrada por 4 mil soldados de países da região, a nova Força Neutra Internacional (NIF) complementará os efetivos, criticados em várias ocasiões por sua falta de ação diante dos constantes conflitos na região. Os 19 mil soldados da MONUSCO estiveram na RDC nos últimos 12 anos e se mostraram pouco efetivos na prevenção do conflito no leste do país, e inclusive foram descritos como "turistas militares" pelo presidente de Uganda, Yoweri Museveni.
A NIF lutará contra os rebeldes do Movimento M23, das Forças Nacionais de Libertação (FNL), das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda e das Forças Democráticas Aliadas-Exército Nacional para a Libertação de Uganda (ADF-NALU).
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tinha recomendado aos membros do Conselho de Segurança que autorizassem a criação da nova força para "prevenir" a expansão dos grupos armados no leste do país.
A resolução aprovada hoje autoriza a MONUSCO a proteger à população civil e supervisionar a implementação do embargo de armas e pede que as partes cumpram com suas obrigações assinadas no "acordo de paz, segurança e cooperação" de fevereiro.
Os membros do Conselho de Segurança também pediram à nova enviada especial das Nações Unidas para os Grandes Lagos, a ex-presidente irlandesa Mary Robinson, que corrobore o cumprimento desses acordos.
A RDC se encontra imersa em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos e cujas consequências ainda são sentidas com os movimentos insurgentes como o M23.