O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viaja nesta terça-feira à Austrália, na segunda etapa de sua viagem pela Ásia-Pacífico, para reforçar a colaboração militar entre as duas nações e acertar a presença militar permanente de seu país.
Obama parte nesta terça-feira de Honolulu, no Havaí, onde neste fim de semana participou da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), e chegará à Austrália já na quarta-feira, devido à diferença do fuso horário.
A etapa australiana da viagem, que terminará neste fim de semana na Indonésia, terá um caráter sobretudo militar. A razão oficial da visita é comemorar o 60º aniversário da aliança defensiva entre os dois países.
Mas o anúncio principal da viagem será um acordo para destacar entre 500 e 1 mil militares da Marinha de modo permanente na base de Robertson Barracks, em Darwin, no norte do país. Embora até o momento os EUA tenham preferido não confirmar o acordo, segundo o comandante do Comando Americano do Pacífico, o almirante Robert Willard, "é público" que a Austrália se aproximou dos EUA para intensificar a cooperação entre suas forças armadas./
Esta seria a presença militar americana mais próxima geograficamente ao sul da China, cujo enorme investimento militar dos últimos anos é visto pelos EUA com preocupação. Ao mesmo tempo, sua posição geográfica a manteria afastada dos mísseis chineses de última geração, capazes de alcançar as bases militares americanas em Okinawa (Japão) e Guam, no Pacífico ocidental.
Segundo lembrou Willard, a maior parte das tropas americanas na Ásia-Pacífico se encontra em bases no norte asiático. Qualquer resposta em caso de necessidade no sul – como a entrega de ajuda humanitária devido a um desastre natural – requer o deslocamento dessas tropas.
Depois de sua chegada a Canberra e após uma cerimônia oficial de boas-vindas, o presidente americano deve manter uma reunião bilateral com a primeira-ministra australiana, Julia Gillard, ao lado da qual concederá uma entrevista coletiva.
Na quinta-feira, Obama, que também se reunirá com o líder da oposição, Tony Abbott, deve comparecer ao Parlamento australiano para proferir um discurso no qual exporá as prioridades de seu país na região da Ásia Pacífico.