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Obama quer avião-espião de volta

Além de ter advertido veladamente o Irã para que não interfira nos assuntos internos do Iraque após a retirada americana, Barack Obama aproveitou a coletiva com o premiê Nouri Al-Maliki para tornar pública a exigência de que o regime islâmico devolva o avião-espião (drone) americano capturado na semana passada. "Já solicitamos que seja devolvido.

Veremos como os iranianos respondem", afirmou Obama. Os planos de Teerã, no entanto, parecem bem diferentes: autoridades militares garantem que estão decodificando as informações colhidas pelo aparelho no sobrevoo do país e anunciaram a intenção de estudar e copiar a tecnologia.

"Estamos terminando de decifrar os códigos, e a próxima etapa será a reprodução (dos dados)", afirmou à imprensa local o deputado Parviz Soruri, que chefia a subcomissão parlamentar de segurança nacional. Soruri acrescentou que as informações recuperadas serão anexadas a uma ação contra os EUA, na Justiça internacional, por invasão do território iraniano.

A Guarda Revolucionária, força de elite da República Islâmica, alega que suas unidades de guerra cibernética conseguiram "capturar" eletronicamente o drone, desviá-lo e fazê-lo aterrissar sem danos em um ponto a 250km da fronteira com o Afeganistão. Os EUA sustentam que o drone se perdeu por causa de uma avaria.

O avião não tripulado, um modelo RQ-170 Sentinel, é parte essencial da atividade de inteligência militar americana. No caso do Irã, a missão era de manter vigilância sobre instalações suspeitas de integrarem um componente secreto do programa nuclear, destinado ao desenvolvimento de armas. O incidente com o drone se soma a uma sequência de escaramuças no Irã, com explosões não esclarecidas em uma base de mísseis próxima a Teerã e nas proximidades de usina de enriquecimento de urânio de Isfahan.

Embora o Departamento de Defesa dos EUA tenha minimizado o risco de o Irã se apropriar da tecnologia do Sentinel, funcionários do setor admitiram alguns receios. Em especial, de que técnicos militares iranianos ou mesmo de países como Rússia e China, possam descobrir a composição química da pintura refratária que torna o drone praticamente invisível a radares. Além disso, causa preocupação ao Pentágono a possibilidade de que os adversários possam copiar o projeto das turbinas — outro elemento-chave para o sucesso do aparelho — e das lentes e câmeras sofisticadas que lhe permitem captar imagens com alta definição voando a grande altitude.

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