O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometerá nesta quarta-feira, durante o discurso em Berlim, a reduzir em um terço seu arsenal nuclear estratégico se a Rússia se comprometer a fazer o mesmo.
Segundo a edição de hoje do New York Times, Obama apostará pela diminuição do número de ogivas estratégicas das duas maiores potências nucleares das atuais 1.550 – o limite fixado no último acordo bilateral – para pouco mais de mil unidades.
O jornal antecipou, citando um alto funcionário americano, que Obama também vai propor intensificar a cooperação com a Otan para conseguir reduções significativas das armas nucleares táticas que não estão incluídas no tratado de desarmamento entre Moscou e Washington.
A Rússia conta com muito mais armas nucleares táticas do que os EUA e a Europa e, por enquanto, se mostrou reticente em aceitar as reduções.
Além disso, está previsto que o presidente americano anuncie em seu discurso a convocação de uma cúpula de segurança nuclear antes do fim de 2016.
Por outro lado, o assessor de segurança de Obama, Ben Rhodes, garantiu aos jornalistas que o presidente vai fazer "um pedido aos cidadãos e governos para que façam o necessário para que os próximos 50 anos sejam tão bons quanto os últimos 50".
Obama defenderá a extensão dos valores democráticos para além do mundo ocidental, acrescentou.
Junto com a redução das armas nucleares, o presidente americano não vai deixar de abordar a necessidade de se combater as mudanças climáticas e a luta conjunta contra o terrorismo.
Obama deve lembrar, além disso, o seu discurso em Berlim como candidato à Presidência em 2008, no qual se comprometeu em acabar com as guerras no Iraque e Afeganistão e em reformar as bases da luta contra o terrorismo.
A Rússia acredita que o acordo de desarmamento nuclear proposto pelo presidente Barack Obama deve incluir outros países que possuam armas atômicas, afirmou nesta quarta-feira um conselheiro do Kremlin, Iuri Ushakov.
"Ouvimos essas informações e afirmamos que o processo de redução das capacidades nucleares deveria incluir outros países dotados com esse tipo de armas", afirmou Ushakov horas antes de Obama oficializar suas proposta em um discurso em Berlim.