Ao descrever a parceria dos Estados Unidos com o Japão como "indestrutível", o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu nesta terça-feira o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante visita para demonstrar laços mais profundos de defesa e promover um pacto de comércio do Pacífico, enquanto os dois aliados tentam responder ao crescente poder da China na região.
"Hoje saudamos o primeiro-ministro Abe, à medida que ampliamos a aliança para o nosso tempo", disse Obama ao cumprimentar o líder japonês no gramado sul da Casa Branca, com uma exibição de pompa cerimonial. "A nossa aliança é voltada para o futuro."
Mas, mesmo com os dois líderes procurando olhar para frente, Abe deve ser alvo de críticas durante sua visita aos EUA pela forma como age sobre o passado de guerras do Japão.
A agenda oficial se destina a destacar como os tempos mudaram para os ex-inimigos da Segunda Guerra Mundial – embora permaneçam pontos de atrito.
Obama e Abe planejam usar o encontro no Salão Oval nesta terça-feira para colocar um selo sobre novas diretrizes para a cooperação de defesa, um sinal de prontidão do Japão para assumir mais responsabilidade por sua segurança, à medida que a China cada vez mais mostra sua força na região.
Mas apesar de o Japão se mover para afrouxar as restrições sobre sua Constituição pacifista pós-guerra, os detalhes ainda precisam ser definidos sobre quanto espaço de manobra os militares terão para ajudar as forças dos EUA além das águas japonesas, especialmente no Mar do Sul da China.
Apesar de a Casa Branca não ter esperanças de avanço no acordo comercial EUA-Japão durante a visita de Abe, os líderes vão tentar levar as negociações adiante e traçar um caminho em direção a um grande pacto comercial de 12 nações do Pacífico.
Abe, que na quarta-feira será o primeiro premiê japonês a discursar em uma sessão conjunta do Congresso dos EUA, terá de enfrentar o desafio de ajudar Obama a conquistar colegas democratas que se opõem ao acordo de comércio por considerá-lo ruim para o empregos nos EUA.
Obama na defesa do território japonês, acusa China de "medir forças" em disputas marítimas
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou a China nesta terça-feira de “medir forças” para impor suas exigências em disputas marítimas com os vizinhos asiáticos, e garantiu ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, o comprometimento dos EUA na defesa do território japonês, incluindo as ilhotas que Pequim reclama para si.
Em em uma entrevista à imprensa conjunta na Casa Branca, Obama afirmou que uma aliança forte entre EUA e Japão não deve ser vista como uma provocação à China, mas procurou apaziguar quaisquer dúvidas japonesas quanto ao apoio de Washington a Tóquio em qualquer possível confronto com Pequim.
“Quero reiterar que o compromisso de nosso tratado com a segurança do Japão é absoluto”, declarou Obama ao lado de Abe.
No fronte econômico, os dois líderes concordaram que suas nações irão trabalhar para obter um desfecho rápido e bem-sucedido nas conversas sobre um acordo comercial com 12 países do Oceano Pacífico, apesar do fracasso dos negociadores norte-americanos e japoneses até o momento em delinear os temos finais de um acordo bilateral, essencial para qualquer pacto mais amplo.
“O primeiro-ministro Abe, como eu, está profundamente comprometido a fazer isso, e estou confiante de que o faremos”, declarou Obama.
Louvando a parceria entre EUA e Japão, que chamou de “indestrutível”, Obama recebeu Abe na Casa Branca em uma visita cujo propósito é exibir laços mais profundos na defesa e impulsionar o acordo comercial do Pacífico no momento em que os dois aliados procuram se contrapor ao poder crescente da
China na região.
Embora os líderes se propusessem a olhar para frente, Abe foi atormentado durante sua visita pelas críticas a respeito da maneira como lida com o passado do Japão nas guerras.
A agenda oficial pretende enfatizar como as coisas mudaram para os dois ex-inimigos da Segunda Guerra Mundial – embora algumas questões espinhosas permaneçam.
Obama e Abe aproveitaram sua reunião no Salão Oval nesta terça-feira para dar seu aval às novas diretrizes para a cooperação defensiva, um sinal da disposição de Tóquio para assumir mais responsabilidade por sua segurança enquanto a China flexiona os músculos cada vez mais na região.
Mas embora o Japão procure suavizar as restrições de sua constituição pós-guerra pacifista, ainda falta definir os detalhes sobre quanta liberdade de movimento seus militares terão para auxiliar forças norte-americanas para além das águas japonesas, especialmente no tenso mar do Sul da China.
O Japão tem uma desavença com Pequim em relação a pequenas ilhas administradas por Tóquio no mar do Leste da China, conhecidas como Senkakus no Japão e Diaoyus na China.
“Compartilhamos a preocupação com a reivindicação e as atividades de construção da China no mar do Sul, e a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Japão estão unidos em seu compromisso com a liberdade de navegação, com o respeito pela lei internacional e com a resolução pacífica de disputas sem coerção”, afirmou Obama.
Embora a Casa Branca tenha descartado as esperanças de anúncio de um acordo comercial inédito entre EUA e Japão durante a visita de Abe, os líderes tentaram levar as negociações adiante e delinear um caminho para um pacto com as 12 maiores nações do Pacífico.
“Acolhemos o progresso significativo que foi feito nas negociações bilaterais”, declararam os dois governos em uma “comunicado de visão” conjunto.