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Novo presidente do Irã promete maior cooperação com Ocidente

Para pôr fim à crise econômica provocada pelas sanções impostas ao país, Hassan Rohani se diz disposto a agilizar conversações sobre o programa nuclear de Teerã. Negociações deverão ser retomadas em setembro.

O novo presidente iraniano, Hassan Rohani, quer ampliar sua influência na retomada das negociações com o Ocidente sobre o programa nuclear iraniano, planejada para setembro. A política nuclear é agora assunto presidencial, disse neste domingo (18/08) o novo chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, segundo relatos da mídia.

De acordo com Salehi, Rohani ainda deverá decidir se as próximas negociações transcorrerão através do Ministério do Exterior ou se continuarão a ser do encargo do Conselho Supremo de Segurança Nacional.

Para pôr um fim à crise econômica instaurada no país devido às sanções internacionais, Rohani anseia por um rápido avanço na disputa sobre o programa nuclear. Neste contexto, o novo ministro do Exterior, Mohammad Javad Zarif, e o chefe do programa nuclear, Salehi, deverão exercer um importante papel.

Nas últimas negociações sobre o programa nuclear, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional se encontrou no ano passado com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e com representantes dos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha.

Essa forma de operação não levou a um avanço na disputa nuclear. Por esse motivo, caso o Ocidente também esteja de acordo, Rohani pretende realizar as negociações já em nível ministerial ou diretamente com os Estados Unidos, segundo informações de Teerã.

Modo de operação

Uma mudança do modus operandi teria sido mencionada, neste sábado, em primeira conversa telefônica entre o novo ministro do Exterior iraniano, Mohammad Javad Zarif, e Catherine Ashton. De acordo com informações da União Europeia, Ashton aposta na realização de conversas substanciais com resultados concretos em breve.

No telefonema que teve com Zarif, Ashton reiterou seu desejo de uma solução diplomática para o conflito. Ela disse que as cinco potências com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha estariam dispostas a cooperar com a nova delegação negociadora iraniana.

Segundo relatos não confirmados da mídia, até que o novo modo de operação seja implantado, o reformista e ex-ministro do Comércio, Mohamed Shariatmadari, deverá atuar como negociador-chefe do programa nuclear.
 

Irã teria 18 mil centrífugas

A comunidade internacional desconfia que o Irã, sob o pretexto do desenvolvimento do programa nuclear para fins civis, tenha como real objetivo a fabricação de armas nucleares. A agência de notícias estatal iraniana Isna informou neste sábado que o chefe demissionário do programa nuclear iraniano, Fereydoon Abassi, afirmou que o país possui um total de 18 mil centrífugas para enriquecimento de urânio, da quais 17 mil seriam do tipo mais antigo, IR-1. Delas, 10 mil estariam em atividade e 7 mil, prontas para serem ativadas.

Mil desses aparelhos seriam centrífugas de última geração, que possibilitam um enriquecimento mais rápido que os equipamentos antigos. No entanto, as informações do ex-chefe do programa nuclear iraniano não foram confirmadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A entidade havia comunicado em maio que o Irã possuia, naquela época, 16.600 aparelhos do tipo IR-1 instalados.

Para afastar os temores do Ocidente, o novo presidente iraniano, Hassan Rohani, e seu chefe do programa nuclear, Ali Akbar Salehi, pretendem cooperar melhor e de forma mais transparente com a AIEA. Além do encontro político em setembro com os cinco países com poder de veto e a Alemanha, o Irã também pretende empreender novas negociações tecnológicas com a agência sediada em Viena.

Política externa mais moderada
 

Durante a apresentação do novo ministro do Exterior, neste sábado, o presidente iraniano exigiu uma política externa mais comedida de seu país, afirmando que todas as autoridades devem "medir as palavras" em afirmações sobre política externa. "Qualquer erro na política externa, por menor que seja, pode nos custar caro", disse Hassan Rohani na apresentação de Mohamed Jawad Sarif.

Na cerimônia, Rohani criticou as afirmações populistas de seu antecessor, Mahmoud Ahmadinejad, no campo da política externa. Rohani falou que os aplausos tão desejados por Ahmadinejad deveriam ter sido colhidos em outro lugar. "A política externa não é, de forma alguma, um espaço para slogans populistas, mas de afirmações ponderadas", reiterou Rohani.

CA/dpa/afp/rtr

 

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