O mundo não está caminhando para a desnuclearização, muito pelo contrário. Apesar dos tratados de paz, a corrida armamentista continua. As nove potências nucleares estão aumentando ou modernizando seus arsenais, de acordo com um relatório sobre proliferação nuclear publicado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri).
(RFI) Com 5.000 ogivas nucleares cada, um número estável, os Estados Unidos e a Rússia ainda possuem 90% das armas nucleares do mundo.
Em comparação, o arsenal da China é minúsculo, mas de longe é o que mais cresce. Pequim passou de 350 para 410 ogivas nucleares em um ano, e não pretende parar.
Em um grau muito menor, o Paquistão, a Índia e a Coreia do Norte também produziram novas ogivas nucleares. O Reino Unido tem planos de fazer o mesmo, mas não revelará mais as quantidades ou o local da implantação. A França, por sua vez, está se concentrando na modernização de seus equipamentos.
Diplomacia em declínio
Além de os cinco países que assinaram o Tratado de Não Proliferação Nuclear continuarem a gastar milhões em seus arsenais, a diplomacia também está em declínio, de acordo com o relatório.
Em particular, Moscou anunciou em fevereiro passado que não participaria mais do Tratado Start com Washington, que deveria limitar as ambições nucleares de ambas as nações.
No entanto, o Sipri alerta para o aumento do risco de mal-entendidos, acidentes ou erros de julgamento em um contexto de tensões geopolíticas crescentes e ameaças verbais cada vez menos implícitas sobre o possível uso dessas armas de destruição em massa.