“O referido contrato ainda não rubricado, encontrando-se em vias de elaboração”, completou, adiantando que “a entrega e os pagamentos serão efetuados em duas etapas, a primeira das quais será realizada até meados do ano corrente”.
A mídia russa tinha divulgado notícias de que, no decurso de uma visita a Moscou, na semana passada, dos ministros egípcios das Relações Exteriores e da Defesa, foram acordados contratos num valor de 3 milhões de dólares. A imprensa do Cairo, por sua vez, informara sobre a intenção das autoridades militares egípcias de adquirir sistemas de defesa antiaérea russos, helicópteros, caças e complexos de luta antitanque. A comunicação social assinala ainda que o contrato deverá ser financiado pela Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Alguns aspectos da futura cooperação foram informados à Voz da Rússia pelo perito militar egípcio, antigo general, Hussam Sueilam: “Essa foi a primeira viagem a Moscou dos dois ministros egípcios importantes nos últimos 40 anos. Podemos chamá-la de uma visita de retribuição após as conversações no Cairo com os seus homólogos russos, decorridas em novembro”.
O ministro da Defesa, Abdel Fattah al-Sisi, devia fazer tal visita enquanto prossegue o exercício das funções de titular da pasta militar: resta pouco tempo até o início da campanha eleitoral presidencial, razão pela qual ele deverá abandonar o seu posto. Não obstante, cabe-lhe concluir o contrato desempenhando o cargo de ministro da Defesa.
Enquanto isso, na semana passada, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas egípcias visitou a Arábia Saudita e os EAU para acordar alguns aspectos financeiros do contrato a ser pago a prestações. As entregas deverão iniciar-se em meados de 2014.
A negociata que se avalia em 2 bilhões de dólares será financiada pela Arábia Saudita e pelos EAU, sendo esse montante uma dádiva dos dois países ao povo egípcio. Em Moscou o ministro da Defesa do Egito identificou as áreas da cooperação para futuros contratos.
"Posso dizer que esta visita tem sido, em certa medida, uma resposta ao desafio, lançado pelos EUA, que continuam apoiando a Irmandade Muçulmana, derrubada e afastada do poder pelo povo egípcio. Foi também uma reação adequada à suspensão da cooperação militar entre os EUA e o Egito. Na sequência disso, não recebemos ainda 120 tanques Abrams, 21 caças F-16, 12 helicópteros Apache. Procuramos enfrentar a pressão norte-americana e manter a soberania nacional. Isto não significa estarmos com a ideia de suspender as nossas relações com os EUA. O Cairo está criando um equilíbrio nas relações entre duas superpotências – os EUA e a Rússia. A propósito, tencionamos colaborar também com a China."
Nos quadros da entrega atual, a Rússia se compromete a fornecer um lote de 24 caças Mig-29, mísseis antitanque Kornet da segunda geração, e os complexos de artilharia antiaérea, Tor M1. Tínhamos solicitado os S-300 mas acho que, nessa fase, a Rússia não lhos entregará. Em paralelo, o contrato em causa prevê o fornecimento de helicópteros de combate Mi-8 e Mi-17.
O acordo visa ainda a modernização de equipamentos do Exército egípcio. Presentemente, 40% do material bélico cabem às modificações antigas de sistemas e veículos militares obsoletos. Temos planos de obter direito à produção e à montagem de armamentos no território egípcio e proceder a fabricação de peças sobressalentes para as armas norte-americanas. Desta maneira, vamos passar a uma diversificação real das fontes de armamentos”.