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Monarquias do Golfo pedem retirada de ‘forças estrangeiras’ da Síria

Os países árabes do Golfo exigiram nesta quarta-feira a retirada de "todas as forças estrangeiras" da Síria, em alusão aos combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah e dos conselheiros do Irã que ajudam o regime do presidente sírio Bashar al-Assad.

Em um comunicado divulgado no fim de sua cúpula anual, os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) afirmam que "os pilares do regime que têm sangue do povo sírio (em suas mãos) não devem desempenhar nenhum papel no governo de transição e no futuro político da Síria".

Os países do CCG, liderados pela Arábia Saudita, que apoia a rebelião síria contra o regime de Assad, são favoráveis à participação da oposição na conferência internacional de paz sobre a Síria, chamada Genebra 2 e prevista para o dia 22 de janeiro.

No comunicado, os líderes árabes do Golfo dizem que "apoiam a decisão das forças da revolução e da oposição sírias, representantes legítimas do povo sírio, de participar da conferência de Genebra 2". Esta conferência reunirá representantes do regime de Damasco e da oposição para tentar encontrar uma solução política ao conflito.

O Conselho de Cooperação do Golfo estima que Genebra 2 deve levar à "formação de um governo de transição dotado de plenos poderes de acordo com a declaração de Genebra 1", adotada em junho de 2012, segundo o comunicado.

Os países árabes do Golfo também felicitaram nesta quarta-feira a nova orientação do Irã, pedindo ao país que concretize este novo rumo com medidas efetivas. "O Conselho de Cooperação do Golfo celebra a nova orientação da direção iraniana e espera que ela continue com medidas efetivas com um impacto positivo", afirmaram os seis países membros.

A declaração do CCG afirma acolher favoravelmente o acordo nuclear fechado em novembro em Genebra entre as grandes potências e Teerã, ao considerar que constituiu "um primeiro passo em direção a um acordo global e permanente sobre o programa nuclear do Irã, que suscita receios em nível internacional e regional".

Após o acordo de Genebra, a república islâmica do Irã lançou uma ofensiva diplomática de aproximação de seus vizinhos do Golfo. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Sharif, visitou na época quatro países do CCG (Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e Kuwait).

Ajuda não letal à oposição síria

Os Estados Unidos e Grã-Bretanha suspenderam sua ajuda militar não letal no norte da Síria depois de a Frente Islâmica tomar o controle das instalações do Exército Sírio Livre (ESL) no último sábado. 

"Devido a esta situação, os Estados Unidos suspenderam qualquer entrega de ajuda não letal ao norte da Síria", indicou à AFP um porta-voz da embaixada americana na Turquia, T.J. Grubisha. 

Mais tarde, a embaixada britânica em Ancara também anunciou a suspensão de sua ajuda não letal à oposição.

A ajuda militar não letal enviada por Washington é composta principalmente por rádios e veículos. Grubisha informou que a ajuda humanitária não era afetada por esta decisão, já que está distribuída mediante organizações internacionais e ONGs.

As tensões aumentaram entre a Frente Islâmica, criada no dia 22 de novembro pela fusão de sete grupos islâmicos, e o Exército Sírio Livre (ESL), a coalizão rebelde controlada pela oposição no exílio apoiada pelo Ocidente, embora ambos os grupos lutem pela queda do regime de Bashar al-Assad.

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