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Militares de Burkina Faso anunciam golpe e dissolvem governo

UAGADUGU — Militares de Burkina Fasso anunciaram nesta quinta-feira que destituíram o presidente interino Michel Kafando de suas funções e dissolveram o governo, tomando o poder em um golpe a menos de um mês de eleições destinadas a restaurar a democracia. A medida gerou confrontos no país do Oeste da África que deixaram ao menos um morto e 60 feridos, informou o principal hospital na capital Uagadugú.

A vítima fatal, um homem baleado, morreu nesta quinta-feira. Quanto aos feridos, há pessoas com lesões por bala e diferentes traumatismos, de acordo com um médico da instituição.

Quase um ano depois de milhares de burquinenses tomarem as ruas em outubro do ano passado para pedirem a saída de Compaoré, que estava há 27 anos no poder, o país mergulhou mais uma vez no caos na quarta-feira. Na ocasião, a Guarda Republicana prendeu Kafando, o primeiro-ministro Yacouba Isaac Zida e dois ministros.

— As forças patrióticas, agrupados no Conselho Nacional para a Democracia, decidiram hoje pôr fim ao corrompido regime transitório — disse um oficial militar na televisão estatal RTB, acrescentando que a revisão da lei eleitoral que impediu partidários de Compaoré de disputar as eleições previstas para 11 de outubro tinha criado “divisões e frustrações”.

O aparente golpe militar – que provocou a condenação das Nações Unidas, do governo dos Estados Unidos e da França – acabou com as esperanças de uma transição suave em Burkina Fasso. O país havia se tornado um farol para as aspirações democráticas na África depois que os manifestantes derrubaram Compaoré.

O general Gilbert Diendéré, ex-chefe do Estado-Maior do ex-presidente, se colocou à frente de um Conselho Nacional da Democracia (CND), o novo poder implantado pelos golpistas, indicou o próprio CND nesta quinta-feira em um comunicado.

Além disso, os militares anunciaram que foi instaurado um toque de recolher entre 19h e 06h00 e que as fronteiras terrestres e aéreas do país foram fechadas até nova ordem.

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