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Militantes do Taleban invadem complexo presidencial em Cabul

Militantes do Taleban invadiram o complexo onde fica o palácio presidencial do Afeganistão em Cabul nesta terça-feira (25) dando início a uma troca de tiros que deixou oito insurgentes e três guardas mortos, informaram testemunhas e autoridades.

Os militantes conseguiram invadir uma das zonas mais seguras de Cabul em plena luz do dia, destacando o crescente desafio para as autoridades do país apenas uma semana depois que o Taleban inaugurou um escritório políticos no Catar. Também na semana passada, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) entregou às forças afegãs a responsabilidade pela segurança em todo país.

O tiroteio começou por volta das 6h30 do horário local perto do portão leste que leva ao palácio presidencial, próximo ao Ministério de Defesa do país e o antigo Ariana Hotel, que era usado por agentes da CIA. Militantes do Taleban usando roupas camufladas surgiram em uma Land Cruiser preta e começaram a atirar, enquanto uma outra parte do grupo ficou presa entre dois postos de checagem e detonou os explosivos em seu veículo.

O Taleban informou que oito de seus combatentes morreram no ataque, enquanto o Ministério do Interior disse que três guardas de segurança foram mortos e um outro ficou ferido. O ataque mostrou como o Taleban possui habilidade de adentrar o coração da capital, destacando sua força na luta contra o governo do presidente Hamid Karzai, apoiado pelo Ocidente.
 

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O palácio presidencial fica em uma região fortificada no centro de Cabul, que também inclui a embaixada americana e a sede da coalizão das forças da Otan. O acesso à área é extremamente restrito. Alguns residentes de Cabul inicialmente pensavam que o tiroteio fosse uma tentativa de golpe, uma vez que a ideia de se tratar de um ataque do Taleban era improvável devido à forte segurança da zona.

Os militantes foram impedidos na quadra Ariana, distante 500 metros – e alguns postos de checagem – do palácio presidencial. Não ficou claro onde estava o presidente Karzai no momento do ataque

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Um grupo de repórteres, incluindo um da agência Associated Press (AP), que esperavam para entrar no palácio para um evento com a juventude afegã, testemunharam o começo do ataque e se protegeram atrás de um santuário religioso.

O Taleban se recusou a negociar com o governo de Karzai no passado, dizendo que o presidente é uma marionete dos EUA, país que, segundo os militantes, possui controle efetivo do Afeganistão. Entretanto, na semana passada os EUA anunciaram que dariam início a conversas formais com o Taleban no escritório do grupo em Doha, que seriam seguidas por diálogos entre o grupo militante e o governo afegão. Porém, diante da iniciativa americana, Karzai voltou atrás e disse se recusar a negociar com o Taleban .
 

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O chefe de polícia de Cabul, general Mohamad Ayub Salangi, disse que os homens armados saltaram da caminhonete e abriram fogo antes de serem parados pelas forças de segurança, enquanto tentavam passar por um posto de controle usando documentos falsos. Todos os homens armados foram mortos, e um guarda do palácio ficou ferido, segundo ele. O carro-bomba então explodiu enquanto eles tentavam entrar no local.

O porta-voz do Taleban Zabihullah Mujahid reivindicou responsabilidade por meio de um comunicado enviado aos jornais via email. "Oito dos nossos suicidas conseguiram alcançar a área mais segura de Cabul", disse, identificando cada um deles por seu nome. "Os bravos mujahedin, com táticas especiais e ajuda interna, conseguiram alcançar seu alvo com armas e carros", disse. Ele afirmou que seus alvos eram o prédio da CIA, o palácio e o Ministério da Defesa. "Vários invasores estrangeiros foram mortos e feridos no ataque."

Fumaça podia ser vista da área do hotel, mas não havia nenhuma indicação de que qualquer um dos prédios havia sido atingido durante o ataque. O embaixador americano James Cunningham pediu um fim à violência. "Todos os militantes foram mortos, sem sucesso em atingir seus objetivos – isso mais uma vez mostra a futilidade dos esforços do Taleban em usar a violência e o terror para atingir seus objetivos", disse em comunicado. "Novamente, pedimos ao Taleban para que vá à mesa de negociações para conversar com o governo afegão sobre paz e reconciliação."

Com AP

 

 

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