O Governo britânico deixará de conceder licenças para a exportação de equipamento militar ao Exército argentino, salvo "em excepcionais circunstâncias".
O ministro das Empresas britânico, Vince Cable, anunciou a nova política na última quinta-feira, em uma declaração escrita ao Parlamento na qual indicou que a decisão é uma resposta às medidas do Executivo argentino para "prejudicar os interesses econômicos das pessoas que vivem nas Malvinas".
Nos últimos meses, a Argentina – que reivindica a soberania sobre o arquipélago controlado pelo Reino Unido – e outros países do Mercosul proibiram que atraquem em seus portos navios com bandeira das Malvinas, entre outras iniciativas.
Desde 1998 estavam proibidas as exportações de equipamento militar que pudesse reforçar as Forças Armadas da Argentina, mas, por outro lado, era permitida a exportação de material de "manutenção".
Com a nova medida, que tem efeito imediato, "não se concederão licenças a nenhum tipo de material militar – ou de uso tanto militar quanto civil – nem a tecnologia destinada a usuários militares na Argentina, salvo em excepcionais circunstâncias", disse Cable na Câmara dos Comuns.
"O governo revisou sua política (de controle da exportação) diante dos recentes atos do governo da Argentina dirigidos a prejudicar os interesses econômicos das pessoas que vivem nas Malvinas", acrescentou. Sob a nova política, os civis poderão continuar adquirindo equipamento do Reino Unido.
Desde a entrada em vigor da anterior diretriz, em 1998, as companhias britânicas exportaram à Argentina material militar de "manutenção", como peças de substituição para aviões e motores para embarcações.
Nos últimos cinco anos foram outorgadas 67 licenças, representando uma receita de 3,3 milhões de libras (4 milhões de euros) ao Reino Unido.