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Líder norte-coreano diz que país tem bomba H, mas declaração é recebida com ceticismo

O líder norte-coreano, Kim Jong Um, reapareceu nesta quinta-feira para dizer que o país desenvolveu uma bomba de hidrogênio, um passo à frente da bomba atômica, mas especialistas no exterior se mostraram céticos.

Kim fez os comentários quando visitou o Espaço Revolucionário Phyongchon, que celebra os feitos de seu pai, que morreu em 2011 e seu avô, fundador e presidente eterno do Estado, Kim Il Sung, segundo a agência oficial de notícias KCNA.

O trabalho de Kim Il Sung "transformou a RPDC em um poderoso Estado com armas nucleares prontas para detonar a bomba A e a bomba H, autossuficientes, e defender de forma confiável a soberania e da dignidade da nação", disse Kim, segundo a KCNA.

RPDC é a sigla do nome oficial da isolada Coreia do Norte – a República Popular Democrática da Coreia. A bomba de hidrogênio, também conhecida como bomba termonuclear, utiliza a tecnologia mais avançada para produzir uma explosão significativamente mais poderosa do que uma bomba atômica.

A Coreia do Norte realizou testes subterrâneos para detonar artefatos nucleares em 2006, 2009 e 2013, o que resultou em sanções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem atividades de comércio e de financiamento que contribuam para seu programa de armas.

Uma autoridade do órgão de inteligência da Coreia do Sul disse à agência de notícias sul-coreana Yonhap que não há nenhuma evidência de que o Norte tenha capacidade de produzir a bomba de hidrogênio, e Kim estava falando retoricamente.

A Coreia do Norte, país comunista e pobre, e a Coreia do Sul, rico e democrático, permanecem tecnicamente em guerra desde o conflito de 1950-53, que terminou apenas com uma trégua, e não um tratado de paz.
 

Qual a diferença entre a bomba atômica e a de hidrogênio?¹

Também chamada de “bomba H” ou “bomba de fusão”, a bomba de hidrogênio é o mais potente explosivo inventado pelo homem. A sua força pode chegar a 50 vezes a de uma bomba atômica como as que foram lançadas sobre o Japão e a reação é a mesma que ocorre espontaneamente no interior de estrelas como o sol.

A diferença é que enquanto a fissão nuclear libera cerca de 10% da energia contida no núcleo dos átomos, a fusão pode liberar cerca de 40% dessa energia. Mas para que isso ocorra são necessárias temperaturas muito altas a fim de iniciar o processo de fusão. Por isso, a reação de fissão nuclear é usada como um “gatilho” gerando grandes quantidades de energia que irão desencadear a reação de fusão.

A fusão termonuclear que ocorre na bomba de hidrogênio pode ser representada da seguinte maneira: 2,1H + 3,1H = 4,2He + 1,0n.

A idéia da construção de uma bomba por fusão termonuclear veio do físico Edward Teller (também chamado de Dr. Morte), que na época deixava de trabalhar no famoso Projeto Manhattan (responsável pelas bombas de Hiroshima e Nagazaki) para investir em um artefato que ele sabia ter um potencial destruidor várias vezes maior que o das bombas lançadas sobre o Japão.

Em 1º de novembro de 1952 foi feita a primeira (e única) detonação de uma bomba H da história no atol de Eniwetok (Ilhas Marshall). Nesse experimento a bomba H teve um poder de explosão de 10 milhões de toneladas de TNT, algo como 700 vezes o poder da bomba de Hiroshima.
 

Armas arrebentam ou unem átomos para gerar energia²

BOMBA ATÔMICA

1. A bomba atômica tipo a Little Boy ("Garotinho"), que arrasou a cidade de Hiroshima, em 1945. O funcionamento da arma começa quando uma carga de explosivo convencional, como dinamite, é acionada à distância e explode

2. O choque da explosão impulsiona uma bala de urânio-235 sobre uma esfera feita do mesmo material. Esse impacto dá origem às reações de fissão, a quebra dos núcleos dos átomos que vão liberar energia

3. Com a trombada, os instáveis e pesados átomos de urânio-235 arrebentam, liberando energia e nêutrons que dão continuidade à reação. Cada átomo que se rompe solta novos nêutrons que quebram mais núcleos, num efeito em cadeia que desprende cada vez mais energia

BOMBA DE HIDROGÊNIO

1. Na bomba de hidrogênio, a espoleta utilizada não é um explosivo convencional, mas uma bomba atômica como a de Hiroshima. Novamente, o momento do estouro dessa carga é determinado por meio de um controle remoto.

2. Essa explosão atinge um compartimento cheio de composto de lítio, transformando essa substância em deutério e trítio. Os átomos desses elementos são isótopos, ou seja, "parentes diretos" do hidrogênio — daí vem o nome da bomba. Todos possuem apenas um próton, mas com quantidades diferentes de nêutrons.

3. Por serem bem leves e estarem submetidos a altíssima temperatura, os átomos de deutério e trítio tendem a se unir, criando um átomo de hélio mais leve que os dois anteriores somados. A massa que sobra dá origem à energia da bomba.

 

¹Caroline Faria – Infoescola
² Mundo Estranho

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