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Líder das Farc diz que vale a pena lutar pela paz na Colômbia

O chefe máximo da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño Echeverry, o Timochenko, disse, em uma carta divulgada neste domingo, estar disposto a apostar na reconciliação e na paz. No texto, ele também reafirma a decisão de libertar dez militares e proibir o sequestro extorsivo.

"Acreditamos que vale a pena tentar romper este círculo maldito e apostar na reconciliação e na paz", disse na carta enviada a Marleny Orjuela, uma das líderes da ONG "Colombianas e colombianos pela paz", escolhida pela principal guerrilha colombiana para administrar a logística das libertações dos últimos dez soldados e policiais reféns das Farc.

Na mensagem, o chefe das Farc que substituiu Alfonso Cano e Guillermo León Sáenz Vargas, mortos em confronto com a polícia em novembro, disse que "quando assumiram publicamente o compromisso de não fazer retenções com fins financeiros, decidiram dar continuidade ao processo interno promovido por Alfonso Cano, destinado a pôr fim a essa prática. Mas, os próprios promoteres da guerra tentam desqualificar essa medida com rebuscados pretextos".

Timochenko acrescentou que a guerrilha não possui centenas de sequestrados, assim como as autoridades colombianas afirmam. Os presos são os militares Luis Alfonso Beltrán Franco, Luis Arturo Arcia, Robinson Salcedo Guarín e Luis Alfredo Moreno Chagüeza, além dos policiais Carlos José Duarte, César Augusto Lasso Monsalve, Jorge Trujillo Solarte, Jorge Humberto Romero, José Libardo Forero e Wilson Rojas Medina.

"É uma pena que todos os dias seja derramado sangue de colombianos humildes em um longo confronto. Não deveriam morrer militares nem policiais. Tampouco tinham que morrer os guerrilheiros. Talvez fosse melhor que não existissem nem uns nem outros", acrescentou Timochenko na carta datada de sábado.

O chefe máximo das Farc, após acusar o presidente Juan Manuel Santos de buscar a "rendição e a entrega" da guerrilha, convocou Orjuela a perseverar para "não deixá-los cumprir seus planos". Santos condicionou a possibilidade de iniciar um diálogo direto com as Farc com a libertação de todos os sequestrados, o fim de suas ações "terroristas" e a exclusão de suas fileiras dos menores de 18 anos.

Na carta, publicada no site da guerrilha, Timochenko mantém a promessa de libertar dez militares, ao destacar que "os soldados e policiais que serão libertados contaram com melhor sorte que os milhares e milhares de desaparecidos, que as milhares de vítimas de falsos positivos". A referência foi a centenas de civis executados por militares e apresentados como guerrilheiros mortos em combate, crime que já fez com que vários militares fossem condenados. O texto ainda endossou a decisão das Farc de não voltar a cometer sequestros com propósitos econômicos, como anunciou no dia 26 de fevereiro.

Com informações das agências EFE e AFP

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