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Líbia – Um apoio militar de US$750 milhões

WASHINGTON E LONDRES. A guerra contra as forças do ditador líbio, Muamar Kadafi, já custou US$750 milhões aos cofres americanos. Segundo o secretário de Defesa, Robert Gates, este foi o montante empregado pelo país para financiar as operações da Otan, a aliança militar ocidental, na proteção a civis. No momento em que os Estados Unidos estudam a melhor forma de cortar gastos, a próxima fatura da ajuda aos rebeldes deverá ser cobrada do próprio ditador.

O senador John Kerry trabalha no esboço de uma legislação que pode liberar ativos congelados de Kadafi no país. Segundo estimativa de Mahmoud Jebril, líder rebelde de Benghazi, o montante pode chegar a US$180 milhões. Jebril será recebido hoje pelo conselheiro de Segurança Nacional do presidente Barack Obama, Tom Donilon, e por outros funcionários do governo na Casa Branca. O encontro representa não só uma tentativa de angariar recursos para as forças de resistência ao ditador, como também a busca por reconhecimento diplomático.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu apoio financeiro ao presidente do Conselho Nacional Líbio, Mustafa Abdel Jalil. A corrida por financiadores representa uma tentativa de superar o impasse no conflito, que já conta com o apoio militar da Otan. Após cerca de três meses de confronto, o ditador controla a capital e o lado oeste do país. Os rebeldes dominam Benghazi, o lado leste e obtiveram uma vitória recente ao controlar o aeroporto de Misurata, cidade que se tornou símbolo da resistência às forças do governo. EUA, Reino Unido e França afirmam apoiar a manutenção dos ataques aéreos até o fim do regime de Kadafi, que está no poder há 41 anos.

— Estamos enfrentando um problema financeiro muito difícil por causa dos ativos congelados — disse Jebril. — Gostaria de aproveitar esta oportunidade para solicitar ao governo dos EUA que nos ajude.
 

Rebeldes pedem armas a países do Ocidente

As forças da Otan voltaram a bombardear ontem o complexo de Kadafi em Trípoli. Após vários dias sem aparições públicas, a TV estatal exibiu na última quarta-feira imagens de Kadafi em um encontro com líderes tribais. A exibição funcionou como uma resposta aos rumores de que ele poderia ter sido atingido pelos ataques. Ontem, após novo bombardeio na capital, a TV estatal apresentou novas imagens do ditador. O porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, afirmou que a Otan não se limita a atacar alvos militares.

Os rebeldes querem que os governos ocidentais ofereçam mais do que equipamentos como telefones via satélite, e cobram o envio de armas. Uma das demandas mais urgentes é a retomada da produção de petróleo, interrompida por ataques de forças a favor do ditador.

— Kadafi tem armamento pesado. Nós precisamos de armas leves, que não são equivalentes, mas talvez com coragem, algo que o povo líbio tem, haja algum tipo de equilíbrio — disse Jalil, líder do conselho dos rebeldes, em Londres, onde o conselho deve abrir um escritório.

Pesquisa divulgada ontem pelo instituto Ipsos afirma que o apoio à operação da Otan na Líbia chega a 60% em um grupo de 23 países.

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