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Líbia – Repórter da RBS na Líbia se recupera de acidente

Enviado Especial da RBS para acompanhar a guerra civil na Líbia, o repórter Humberto Trezzi retornou no sábado ao Egito, onde se recupera de ferimentos no rosto e na cabeça.

Trezzi sofreu um acidente sexta-feira, no front em Ras Lanuf, cidade que estava sob bombardeio de artilharia das forças pró-Muamar Kadafi, o ditador líbio. O carro em que o repórter de ZH estava, com três jornalistas franceses e um motorista líbio, fugia dos tiros de canhão na estrada quando colidiu com uma van que freou repentinamente para fugir à explosão de uma bomba na rodovia.

O veículo ficou destruído, com o motor dentro da cabine. Os quatro jornalistas tiveram de quebrar o para-brisa para poder sair, porque a porta não abria. Trezzi feriu-se no olho esquerdo, que apresenta pequena hemorragia interna. Apesar da vista embaçada, exames não detectaram, no entanto, comprometimento da córnea. No outro carro, uma van, estava um cinegrafista italiano, que sofreu fratura nos braços e uma concussão na cabeça.

Medicado pelo médico líbio Osama Jazner, o repórter de ZH foi conduzido até Brega, a cidade mais próxima, numa ambulância do Crescente Vermelho, o equivalente muçulmano à Cruz Vermelha. No trajeto, apesar de bem identificado, o veículo também foi alvo de bombas, em uma demonstração de que os combates não respeitam códigos de guerra.

Condições de trabalho são precárias em território líbio

Trezzi, então, conseguiu auxílio de dois jovens de Benghazi. Em meio a um trabalho comunitário – os dois rapazes estavam em Brega para distribuir alimentos a flagelados –, concordaram em conduzir o repórter numa caminhonete cabine dupla até Benghazi, a segunda maior cidade do país e a capital rebelde. Dezoito horas depois, o jornalista de ZH viajaria mais 1,3 mil quilômetros num micro-ônibus até a capital egípcia, o Cairo – a 700 quilômetros da fronteira líbia. Ontem, o Enviado Especial da RBS já apresentava melhoras. Ele embarca amanhã para Porto Alegre, onde será submetido a novos exames.

As condições de trabalho jornalístico em território líbio estão muito dificultadas. Um cinegrafista da rede de TV Al-Jazeera foi morto, metralhado, no sábado. A internet e as ligações telefônicas estão cortadas, e a chamada Líbia Revolucionária – que combate Kadafi – está encolhendo. Em questão de dias, pode deixar de existir.

 

Defesanet
Humberto Trezzi é um real correspondente de conflitos. Jornalista atuando há vários anos no Grupo RBS. Ao longo dos anos uma frutífera parceria entre Trezzi e DefesaNet só aumenta a nossa admiração por este profissional, cujas características são raras hoje no cenário brasileiro. Estimamos sua pronta recuperação caro amigo.

E parafraseando Chateuabriand ao mandar Joel Silveira para cobrir Força Expedicionária Brasileira (FEB) – “Volte vivo , não faça a bobagem de morrer na cobertura”.

O Editor
Os acidentes. Baixas por acidentes de trânsito são mais comuns que pensamos. Mesmo quando a força tem o total domínio dos ares. O caso de Trezzi é o clássico ataque aéreo aos meios de transporte. Tão mais eficiente quanto tudo é atacado e atingido.

Porém no Iraque o receio dos IEDs ( Artefatos Explosivos Improvisados) colocados ao longo das rodovias levou os motoristas americanos acelerarem os seus veículos. O resultado foi que um grande número das 4.400 (Dez 2010) mortes de americanos são devidos a acidentes de trânsito, em especial colisões.

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