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Líbia – OTAN utiliza helicópteros britânicos e franceses em ataque

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou neste sábado que os helicópteros de guerra britânicos Apache foram usados pela primeira vez em ataques a instalações militares na Líbia. O capitão do HMS Ocean, o maior navio de guerra britânico, que participa da missão, disse à BBC que os helicópteros destruíram duas bases militares, um radar e um ponto de controle armado perto da cidade de Brega, no norte do país.

Os helicópteros franceses Gazelle também foram usados em ataques simultâneos em diferentes alvos na Líbia, pela primeira vez desde o início da operação contra as forças leais ao líder líbio Muamar Khadafi. Na última quarta-feira, a Otan anunciou que ampliará a missão no país por mais 90 dias.

 O General-de-Divisão Nick Pope, chefe da divisão de comunicações estratégicas da defesa britânica, disse que "Os Apaches foram encarregados de fazer disparos de precisão contra uma instalação de radar". "Mísseis e canhões de 30 milímetros foram usados para destruir os alvos. Depois, os helicópteros retornaram a salvo para o HMS Ocean", disse Pope.

Ele disse ainda que os alvos haviam sido "selecionados cuidadosa e rigorosamente" e que a inteligência sobre as posições das forças do líder líbio Muamar Khadafi está melhorando, "apesar dos esforços deles para se esconderem". O secretário de Defesa britânico Liam Fox disse que os helicópteros são "mais um tipo de aeronave potente que foi adicionado às forças da Otan envolvidas nesta operação".

"Aqueles que estão apoiando o coronel Khadafi deveriam entender que a melhor maneira de permanecerem fora de perigo é perceberem que seu futuro está com o povo líbio e não com um regime sem crédito", afirmou. O ex-chefe do Exército, Lord Dannatt, disse que o envio dos helicópteros é uma "intensificação inevitável" da operação militar da Otan na Líbia. "A missão da UNHCR 1973 é clara, é proteger o povo líbio, mas também tem a tarefa implícita – sejamos honestos sobre ela – de remover o coronel Khadafi", disse.

A Otan atua na Líbia com autorização de uma resolução da ONU e sob a justificativa de proteger os civis dos ataques promovidos pelas forças de Khadafi. O prazo inicial dado pelas Nações Unidas para a realização de ataques no país expirava em 27 de junho. Pressão A decisão de enviar quatro helicópteros Apache para a Líbia foi tomada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no dia 27 de maio. O uso de helicópteros aumentaria a pressão sobre as tropas do líder líbio, Muamar Khadafi, já que esses veículos conseguem acertar com mais precisão alvos em terra.

A maior precisão nos disparos pode diminuir o número de mortes civis decorrente dos ataques. No entanto, os Apaches operam em baixas altitudes e podem ser mais facilmente atingidos pelas forças de Khadafi, que ainda tem acesso a milhares de mísseis. O parlamentar do Partido Trabalhista britânico Graham Allen disse que o envio dos Apaches foi um erro de estratégia e que é preciso realizar um novo debate sobre a Líbia na Câmara dos Comuns, a Câmara dos Deputados do Parlamento do Reino Unido. "A maneira de sair desta confusão não é aumentar o arsenal militar e adicionar supostas `tarefas implícitas'que vão contra o ponto de vista da Câmara dos Comuns.

O que precisamos é descobrir como obter uma solução política que dure por muitas gerações na Líbia, ao invés desta aventura que não tem nenhuma perspectiva de terminar", disse. A Otan deu início a uma intervenção militar na Líbia após dois meses de confrontos manifestantes anti-governo e forças leais a Khadafi, inspirados por outros levantes populares em países árabes. Nas últimas semanas, a coalizão de forças ocidentais intensificou os ataques em estruturas de comando e controle militar na capital, Trípoli.

Na última quarta-feira, investigadores das Nações Unidas acusaram as tropas do governo da Líbia de cometer crimes de guerra e contra a humanidade durante o conflito. Em um comunicado, a comissão investigativa da ONU afirmou ter encontrado evidências de assassinatos, tortura e ataques indiscriminados contra civis cometidos pelas tropas de Khadafi. No entanto, a comissão também reportou abusos cometidos pelas forças de oposição ao governo e disse que, apesar de menos numerosos, os casos também podem ser considerados crimes de guerra

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