O procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, disse esperar que o ditador líbio, Muammar Kadafi, seja preso e apresentado à corte de Haia em breve. "É uma questão de tempo, eu calculo que de dois a três meses", afirmou em entrevista à imprensa na cidade holandesa, nesta terça-feira (28/06).
Para Ocampo, os dirigentes líbios podem ser "parte da solução" caso executem uma ordem de prisão contra Kadafi, que o tribunal de Haia acusa de cometer crimes contra a humanidade. "O círculo de pessoas próximas a Kadafi é a primeira opção. Ele podem completar a ordem de prisão", disse Ocampo.
"Eles podem ser parte do problema e ser processados, ou eles podem ser parte da solução, trabalhando com os outros líbios para acabar com os crimes", declarou Ocampo. Para ele, a responsabilidade pela prisão de Kadafi cabe principalmente aos líbios.
O TPI emitiu nesta segunda-feira uma ordem de prisão contra Kadafi, um dos filhos dele, Seif al-Islam, e o chefe do serviço de inteligência da Líbia, Abdullah al-Senussi, por crimes contra a humanidade, incluindo o assassinato de centenas de civis, tortura e violência militar.
A Líbia não reconhece o Tribunal Penal Internacional, mas, na condição de membro da ONU, deve seguir a resolução 1970 do Conselho de Segurança. Nela a corte de Haia é encarregada de investigar o regime, e os estados-membros são chamados a cooperar com o tribunal.
AS/epd/afp
Revisão: Bettina Riffel