A França negou nesta quarta-feira (22) qualquer pausa nas operações militares iniciadas no final de março na Líbia, pois isso permitiria ao ditador Muammar Kadhafi ganhar tempo e se reorganizar, segundo o porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero.
O chanceler italiano Franco Frattini havia pedido na quarta-feira a suspensão das hostilidades na Líbia por razões humanitárias.
Frattini anunciou que pediu informações detalhadas sobre as operações da Otan, em uma audiência na comissão de Relações Exteriores e Assuntos Europeus da Câmara dos Deputados.
Ele pediu normas claras e precisas após os erros "dramáticos" que provocaram vítimas civis na Líbia.
"A coalizão e os países reunidos no Grupo de Contato em Abu Dhabi há duas semanas foram unânimes em sua estratégia: é preciso intensificar a pressão sobre Kadhafi", respondeu, em compensação o porta-voz do ministério francês.
Segundo Valero, a população civil líbia é que sofrerá com o menor sinal de fragilidade de nossa parte".
Uma coalizão internacional liderada pela França, Reino Unido e Estados Unidos iniciou em 19 de março ataques aéreos na Líbia, sob mandato da ONU, para proteger os civis da repressão do regime.
A Otan assumiu o comando das operações em 31 de março.
Desde o início da rebelião contra Kadhafi, em 15 de fevereiro, o conflito causou entre 10 mil e 15 mil mortos e obrigou 952 mil pessoas a fugir, segundo organizações internacionais.