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Líbia – Egito e EUA treinam insurgentes na Líbia

Militares integrantes de forças especiais do Egito e dos Estados Unidos estão levando armas para a Líbia por meio do leste egípcio e treinando rebeldes, informa uma fonte não identificada à rede de TV Al- Jazeera, do Catar. De acordo com a mesma fonte, o treinamento em táticas de combate e manuseio de armas ocorre em uma base secreta a leste da Líbia.

O informante disse ao correspondente Laurence Lee que um grupo de militares foi enviado à Líbia para ensinar os rebeldes a disparar foguetes do tipo Katyusha. “Ele nos disse que, na noite de quinta-feira, uma nova remessa de foguetes Katyusha foi enviada para a Líbia pelo leste do Egito. Ele não confirmou, porém, se as armas eram originárias do Egito”, comentou o jornalista.

A fonte explicou a Lee que os insurgentes precisavam ser treinados sobre como usar os foguetes e que este foi um dos motivos que levaram as forças especiais egípcias e norte-americanas à Líbia. “O desenrolar da situação sobre o envolvimento do Egito e dos Estados Unidos no conflito reacende o debate sobre o embargo de armas para os rebeldes por meio das forças aliadas do Ocidente, considerando que isso já esteja ocorrendo de forma secreta”, analisa Lee.

Abdulhafiz Ghoga, porta-voz da insurgência, lamentou ontem as mortes de nove rebeldes e de quatro civis após um ataque aéreo da coalizão contra um comboio, na região de Brega (leste). “Foi um acontecimento lamentável”, admitiu. Ele acrescentou que Brega está totalmente sob controle dos opositores ao ditador Muamar Kadafi. Ainda segundo Ghoga, os rebeldes pretendem instalar uma democracia parlamentar no lugar do regime de Kadafi. “Queremos um Estado democrático baseado em um sistema multipartidário, na transferência pacífica de poder, na separação dos poderes, e que a Líbia tenha, desde o começo, uma Constituição”, disse.

Enquanto os bombardeios prosseguiam na manhã de ontem, nas imediações de Sirte e de Brega, notícias foram veiculadas pelos principais jornais do mundo dando conta de que um emissário de Kadafi busca na Grécia meios de fazer um acordo para o ditador deixar o poder com a integridade física preservada. Segundo o jornal The New York Times, Saif El Islam, filho de Kadafi, propôs uma transição política sob seu comando. “Mas nem o ditador nem os rebeldes parecem dispostos a aceitar a proposta”, comentou um diplomata, sob a condição de anonimato. Também foi confirmada a deserção do ex-chanceler, Ali Tikri, que representou a Líbia na ONU e na França.

Síria
O presidente sírio, Bashar Al-Assad, atribuiu ontem ao ex-ministro da Agricultura, Adel Safar, a tarefa de formar um novo governo, enquanto milhares de pessoas acompanhavam, ontem, os funerais de oito manifestantes mortos na sexta-feira em Duma, a 10km de Damasco.

Os opositores anunciaram novas manifestações esta semana, depois que a internet foi cortada por seis horas e que as comunicações por telefone celular foram dificultadas devido, oficialmente, a uma “sobrecarga” na rede. Os líderes da oposição já marcaram novos protestos para amanhã e para quarta-feira. Também avisaram que não apoiam o nome de Adel Safar para o cargo de primeiro-ministro da Síria.

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