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Líbia – Coalizão ataca base da Marinha líbia perto de Trípoli

Uma base da marinha líbia, situada 10 km a leste de Trípoli, foi bombardeada na noite desta segunda-feira, indicaram testemunhas que viram o local em chamas. A base naval de Boussetta foi atingida pouco depois das 19h (16h de Brasília), segundo várias testemunhas.

A televisão estatal líbia anunciou nesta segunda-feira à noite que a coalizão internacional bombardeava Trípoli. Disparos da defesa anti-aérea seguidos de explosões foram ouvidos à noite no setor onde está localizada a residência do líder líbio Muamar Kadhafi em Trípoli, de acordo com um jornalista da AFP.

Esta foi a terceira ocasião em que houve relatos de tiros da artilharia anti-aérea na capital líbia desde o início dos ataques feitos pela coalizão internacional, informou a rede de televisão Al Jazeera. A agência oficial líbia Jana divulgou que "os imperialistas cruzados lançam bombas e mísseis sobre algumas regiões de Trípoli". "Os filhos do povo líbio garantem que essas bombas e mísseis não os aterrorizam", disse a agência, que classificou os ataques como "uma operação fracassada, não mais do que um jogo". "O grande povo líbio construiu sua glória e está acostumado há décadas ao confronto continuo contra estes inimigos cruzados", acrescentou.

Além disso, uma fonte do Ministério líbio de Relações Exteriores disse à Jana que a reunião realizada hoje no Conselho de Segurança da ONU sobre a crise no país norte-africano se centrará em "discutir o fim desta agressão contra a Líbia".

Na noite de domingo, os mísseis lançados pelas forças internacionais destruíram um edifício administrativo no complexo do palácio do líder líbio, Muammar Kadafi nos arredores de Trípoli. Segundo as forças da coalizão internacional, o edifício abrigava um centro de comunicações militares do regime líbio.

Cindida entre rebeldes e forças de Kadafi, Líbia mergulha em guerra civil
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, enquanto os casos tunisiano e egípcio evoluíram e se resolveram principalmente por meio protestos pacíficos, a situação da Líbia tomou contornos bem distintos, beirando uma guerra civil.

Após semanas de violentos confrontos diários em nome do controle de cidades estratégicas, a Líbia se encontrava atualmente dividida entre áreas dominadas pelas forças de Kadafi e redutos da resistência rebeldes. Mais recentemente, no entanto, os revolucionários viram seus grandes avanços a locais como Sirte e o porto petrolífero de Ras Lanuf serem minados no contra-ataque de Kadafi, que retomou áreas no centro da Líbia e se aproxima das portas de Benghazi, a capital da resistência rebelde, no leste líbio.

Essa contra-ofensiva governista mudou a postura da comunidade internacional. Até então adotando medidas mais simbólicas que efetivas, ao Conselho de Segurança da ONU aprovou em 17 de março a determinação de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Menos de 48 horas depois, enquanto os confrontos persistiam, França, Reino Unido e Estados Unidos iniciaram ataques. Mais de mil pessoas morreram, e dezenas de milhares já fugiram do país.

Com agências internacionais

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