Paulo Paladino
Em vez de contar com armas da Otan, os Estados do Báltico – Estônia, Lituânia e Letônia – deveriam pensar sobre as ameaças que criaram para seus países ao implantarem elementos do escudo antimíssil da aliança militar ocidental, declarou o vice-secretário do Conselho de Segurança russo, Evguêni Lukianov, nesta quarta-feira (24).
“Seria melhor que pensassem em outras coisas – na implantação de elementos do sistema de defesa antimíssil direcionados a nossas forças nucleares estratégicas, que é onde está o problema, pois eles se tornam nosso alvo”, disse Lukianov a repórteres.
“Se eles preferem ser alvo de alguém por causa de sistemas de armas norte-americanos, é uma escolha deles”, acrescentou. “A lógica do conflito é que ninguém ganha com isso, mas pior quando alguém se encontra entre [as partes contrárias].”
Os Estados Unidos vão mobilizar tanques, artilharia e outros equipamentos militares no centro e no leste da Europa, conforme anúncio do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ash Carter, nessa terça-feira (23).
Em viagem a Tallinn, capital da Estônia, a cerca de 220 km da fronteira com a Rússia, Carter afirmou que os países bálticos, bem como Bulgária, Romênia e Polônia, tinham concordado em receber equipamento bélico pesado da Otan. Uma parte do aparato militar também será posicionado na Alemanha.
A decisão dos EUA de mobilizar equipamentos pesados mais perto das fronteiras russas tem por objetivo acelerar a mobilização de forças móveis norte-americanas e intensificar os exercícios da Otan na Europa, tendo em vista a anexação da Crimeia pela Rússia no ano passado.
“Você já perdeu a sua independência antes. Com a Otan, você nunca irá perdê-la novamente”, disse Carter, citando uma frase usada anteriormente pelo presidente norte-americano Barack Obama.
“Isso porque os Estados Unidos e o resto da aliança da Otan estão absolutamente comprometidos com a defesa da integridade territorial da Estônia, Letônia e Lituânia”, continuou o secretário de Defesa dos EUA, rodeado por chefes de Defesa dos países bálticos. De acordo com os preceitos da Otan, atacar qualquer Estado-membro da aliança ocidental é configurado como um ataque a todas as partes.