O ditador norte-coreano, Kim Jong-un está em Vladivostok, cidade portuária no sudeste na Rússia, onde foi recebido neste sábado (16) pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que lhe apresentou um caça MiG-31 e seu sistema de mísseis hipersônicos Kinjal, segundo a agência de notícias Tass.
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Sorridente, Kim Jong-un desembarcou no aeroporto de Knevichi, a cerca de 50 km da cidade de Vladivostok, no Pacífico, onde era esperado pelo ministro da Defesa de Vladimir Putin, Sergei Shoigu. Juntos, eles inspecionaram bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear, mísseis hipersônicos e navios de guerra.
Sergei Shoigu mostrou ao ditador norte-coreano os bombardeiros russos Tu-160, Tu-95 e Tu-22M3 – que são capazes de transportar armas nucleares e constituem a espinha dorsal da força de ataque aéreo do Kremlin. “Pode ir de Moscou ao Japão e voltar”, disse o ministro sobre um desses dispositivos.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul temem que o fortalecimento dos laços entre Moscou e Pyongyang ajude a Rússia a se armar para a guerra na Ucrânia.
Nesta cidade do extremo oriente russo, perto das fronteiras da China e da Coreia do Norte, Kim Jong-un também embarcou no navio de guerra russo Marechal Shaposhnikov, onde foi recebido pelo comandante da fragata. Ele ainda assistiria a uma demonstração da marinha russa.
Na sexta-feira (15), a Coreia do Sul e os Estados Unidos disseram que a cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia violava as sanções da ONU contra Pyongyang e que os aliados garantiriam que haveria um preço a pagar.
Vladimir Putin afirma que a Rússia está empenhada numa batalha existencial com o Ocidente em relação à Ucrânia e corteja aliados asiáticos. Porém, o presidente russo garantiu, na sexta-feira (15) que seu país, acusado por Seul e Washington de violação das resoluções das Nações Unidas por sua aproximação com a Coreia do Norte, não tinha intenção de quebrar seus compromissos internacionais.
Não houve comunicado oficial sobre um possível acordo de entrega de equipamentos ou colaboração militar entre os dois países, isolados e sob sanções internacionais. De acordo com o Kremlin, Moscou e Pyongyang não assinaram “nenhum acordo de natureza militar ou de qualquer natureza” durante a visita de Kim Jong-un à Rússia.
“Prioridade máxima”
Essa é a primeira viagem oficial internacional de Kim Jong-un desde a pandemia de Covid-19. Na quarta-feira (13), o ditador de Pyongyang se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, quando declarou que a reaproximação com Moscou seria “prioridade máxima” da política externa norte-coreana.
Neste sábado, Kim Jong-un ainda visita a Universidade Federal do Extremo Oriente, instalações da Academia Russa de Ciências e laboratórios que trabalham com biologia marinha”, detalhou o presidente Vladimir Putin, em um comunicado na televisão russa.
(Com informações da AFP)