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Karzai diz que EUA se beneficiam de ataques talibãs; general reage

O principal general norte-americano no Afeganistão expressou consternação neste domingo diante dos comentários do presidente afegão, Hamid Karzai, que sugeriu que Washington se beneficiava dos ataques do Talibã no Afeganistão. As declarações de Karzai, feitas durante a primeira visita do novo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, tensionam ainda mais os já desgastados laços entre o presidente afegão e os seus aliados ocidentais que lutam para proteger o Afeganistão dos insurgentes.

Os EUA ainda têm 66 mil homens no Afeganistão (há dois anos eram quase cem mil). Washington pretende retirar a maior parte deles no fim do ano que vem, mas quer negociar a presença de um número menor de soldados.

Falando um dia depois depois de ataques a bomba do Talibã, que mataram 17 pessoas, Karzai disse que os atentados servem ao objetivo de Washington de tentar convencer os afegãos sobre a necessidade das suas tropas. "Essas bombas não foram uma demonstração de força para os Estados Unidos. Elas foram um serviço aos Estados Unidos, são um serviço para o alerta de 2014 de que, se eles (os EUA) não estiverem aqui, o Talibã virá", disse Karzai.

O general Joseph Dunford, o comandante das forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, reagiu às declarações. "Lutamos muito duro nos últimos 12 anos, derramamos muito sangue nos últimos 12 anos, fizemos muito para ajudar no crescimento das forças de segurança afegãs nos últimos 12 anos, para que sequer seja possível pensar que a violência e a instabilidade sejam uma vantagem para nós", afirmou o general à imprensa. "Vou deixar que outros julguem se isso (os comentários de Karzai) ajuda ou não no âmbito político", disse.

Karzai tem um histórico de fazer declarações fortes, que irritam Washington. Os seus comentários têm ficado cada vez mais ásperos à medida que a data da retirada das tropas se aproxima.

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