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Itália protege 14 mil possíveis alvos de ataques extremistas

Um dia após o governo italiano estabelecer uma lista de 14 mil possíveis alvos de extremistas de esquerda no país e fortalecer a segurança dos estabelecimentos visados, o diretor-presidente do grupo de defesa e aeronáutica Finmeccanica recebeu hoje uma ameaça de morte. A intimidação foi feita pela organização Brigadas Vermelhas, enquanto outros grupos radicais assumiram uma série de ataques nos últimos dias.

O Ministério do Interior italiano calcula que 14 mil alvos correm perigo de atentado terrorista na península e reforçou a segurança de 550 pessoas após o ataque ao diretor da Ansaldo Nucleare, especializada na fabricação de reatores nucleares, e das ameaças contra as agências do fisco em toda a Itália. Cerca de 2 mil policiais realizam a vigilância.

A decisão foi tomada após uma reunião do Comitê Nacional para a Ordem e a Segurança Pública, presidida pela ministra do Interior, Annamaria Cancellieri, durante a qual foi examinada a situação da Itália após um atentado do início de maio, no qual o presidente da Ansaldo Nucleare foi baleado nas pernas. O ataque foi reivindicado pelo grupo anarquista Federação Anarquista Informal – Frente Revolucionária Internacional e foi o mais grave de uma onda de violência política vinculada à crise econômica.

Ataques menores e ameaças registrados nos últimos meses contra várias agências do fisco em todo o país, a Equitalia, estão sendo investigados. A arrecadadora de impostos e multas é acusada de contribuir para uma onda de suicídios de empresários e trabalhadores pela crise econômica.

A Itália tem uma das maiores cargas tributárias do mundo desenvolvido, mas também sofre com a forte evasão fiscal, algo que o primeiro-ministro Mario Monti promete reprimir. "Se todos pagassem o que deviam, todos pagaríamos menos e teríamos serviços públicos melhores", disse ele. Em nota após visitar a sede da instituição, em Roma, Monti manifestou "apoio incondicional do governo e de eu mesmo diante dos numerosos e frequentemente repetidos atos de intimidação e agressão nos últimos dias, os quais devem ser condenados com grande firmeza".

Na nova ameaça verificada hoje, Giuseppe Orsi, o diretor-presidente do grupo Finmeccanica, foi citado em uma pichação em um muro da filial da empresa em Gênova. O comitê pediu o reforço dos trabalhos dos serviços secretos e confirmou a necessidade de uma vigilância alta.

O plano de segurança anunciado ontem prevê que o Exército dará apoio às forças policiais, e que haverá mais esforço dos serviços de inteligência para "neutralizar os riscos de possíveis ações subversivas que possam alimentar momentos de tensão", disse o ministério, em nota. A Itália tem uma longa história de violência política, especialmente durante os "Anos de Chumbo", na década de 1970, quando várias autoridades e empresários foram mortos pelo grupo esquerdista Brigadas Vermelhas.

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